Flávio Bolsonaro minimiza operação da PF e diz que 'pensar em matar alguém não é crime'
PF desarticulou organização criminosa que planejou, em 2022, matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes e instaurar uma ditadura bolsonarista
247 - Operação da Polícia Federal (PF), batizada de Contragolpe, desarticulou nesta terça-feira (19) uma organização criminosa composta por militares apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), acusada de planejar o assassinato de autoridades e a implantação de uma ditadura no Brasil. Em meio às revelações, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu nas redes sociais que 'pensar em matar alguém não é crime', minimizando a gravidade do caso.
Em publicação no X (antigo Twitter), Flávio questionou a narrativa apresentada pela imprensa e pelas autoridades policiais. “Quer dizer que, segundo a imprensa, um grupo de cinco pessoas tinha um plano para matar autoridades e, na sequência, eles criariam um ‘gabinete de crise’ integrado por eles mesmos para dar ordens ao Brasil e todos cumpririam? Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime”, escreveu o parlamentar.
O senador ainda mencionou o projeto de lei de sua autoria, o PL 2109/2023, que busca criminalizar atos preparatórios de crimes que envolvam lesão ou morte de três ou mais pessoas. “Hoje isso simplesmente não é crime”, defendeu. Ele também criticou decisões judiciais que considera “sem amparo legal”, chamando-as de “repugnantes e antidemocráticas”.
Plano de golpe e assassinatos: os detalhes da operação - Segundo a Polícia Federal, o plano, chamado de "Punhal Verde e Amarelo", previa o assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, além de instaurar um regime autoritário no Brasil.
As investigações indicam que o grupo possuía conhecimento técnico-militar avançado e articulava ações coordenadas para realizar atentados e consolidar o golpe. Entre os detidos estão militares da ativa, da reserva e um policial federal. Destaque para o general da reserva Mário Fernandes, ex-assessor de Eduardo Pazuello, e o coronel Hélio Ferreira Lima, que comandava uma unidade de Forças Especiais do Exército.
Relações com o governo Bolsonaro e a "minuta do golpe" - A operação também revelou conexões diretas entre os investigados e figuras de destaque do governo Bolsonaro. Informações obtidas por meio de mensagens do ex-ajudante de ordens Mauro Cid sugerem que Jair Bolsonaro esteve diretamente envolvido na redação de um decreto que visava convocar novas eleições, parte de um plano maior para impedir a posse de Lula.
Além disso, o grupo investigado teria se reunido para planejar os ataques e articulado apoio militar, incluindo reuniões com generais de alta patente. O financiamento de manifestantes golpistas e o levantamento de recursos bélicos também estão sob investigação.
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