Funcionários de bancos foram cooptados na fraude da Americanas, diz PF, que chamou esquema de "audácia"
A suposta participação dos funcionários dos bancos nas fraudes deu-se nas operações de “risco sacado"
247 - “Audácia". É desta forma que a Polícia Federal classificou a complexa máquina criada por executivos da Americanas para promoverem suas fraudes. Reportagem do Metrópoles apurou que funcionários de bancos foram cooptados para alterar documentos e, com isso, garantir a continuidade de ao menos um tipo de fraude realizada na Americanas, cujo rombo contábil atingiu cerca de R$ 25,2 bilhões. A informação consta no relatório que a Polícia Federal (PF) produziu sobre o caso, que serviu de base para a Operação Disclosure, deflagrada na quinta-feira (27).
“A audácia do grupo criminoso era tão grande que eles chegavam a cooptar funcionários dos bancos para que alterassem as cartas de circularização, de modo a encobrir as operações de ‘risco sacado’, garantindo assim a continuidade das fraudes contábeis e a não identificação pelas auditorias”, diz a PF.
De acordo com a PF, a suposta participação dos funcionários dos bancos nas fraudes deu-se nas operações de “risco sacado”. As investigações indicam que os dados sobre essas operações não estavam devidamente expostos no balanço da companhia. Além disso, ex-executivos da varejista, supostamente, teriam convencido funcionários dos bancos a omiti-las das cartas de circularização.
Prisão - Miguel Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, foi liberado pelas autoridades espanholas no sábado, em Madri. A detenção, realizada na sexta-feira pela Interpol, segue a uma série de operações da Polícia Federal no Brasil, investigando supostas fraudes na empresa. Essas ações são parte de uma crise mais ampla enfrentada pela Americanas S.A., que também está sob investigação nos Estados Unidos. Gutierrez tem cidadania espanhola.
Gutierrez foi alvo de mandado de prisão preventiva na última quinta-feira com a deflagração da Operação Disclosure, da Polícia Federal. Ele teve seu nome incluído na lista vermelha de procurados pela Interpol após o mandado não ser cumprido uma vez que o ex-CEO estava fora do país.
Já diretora da Americanas responsável pelo braço digital da companhia, Anna Saicali, considerada uma das principais envolvidas no esquema de fraudes fiscais nos balanços da empresa, retornou ao Brasil nesta segunda-feira (1º). De acordo com G1, Anna desembarcou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por volta das 6h40, e foi em direção ao posto da Polícia Federal.
A executiva estava em Lisboa e foi incluída na lista de foragidos internacionais da Interpol. Na sexta-feira (28), ela solicitou à Justiça a reconsideração da prisão preventiva, apresentando uma passagem de retorno ao Brasil com embarque na noite deste sábado (29).
Conforme a decisão do juiz Marcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Saicali se apresentou às autoridades portuguesas no aeroporto de Lisboa na noite deste sábado (29) e entregou seu passaporte à PF assim que retornou ao Brasil.
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