Governo vê "pragmatismo" de Tarcísio e "lacração" de Caiado em reunião sobre PEC da Segurança

247 - Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliaram positivamente a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na reunião realizada nesta quinta-feira (31) para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança. Em contraste, o chefe do executivo de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), foi alvo de críticas por sua abordagem na discussão. Segundo a coluna da jornalista Jussara Soares, da CNN Brasil, assessores presidenciais avaliam que tentou utilizar o espaço para "lacração" e "dar show".

Ambos os governadores são frequentemente citados como possíveis pré-candidatos da direita à Presidência da República em 2026. Durante a reunião, Tarcísio foi elogiado por sua postura "pragmática" ao defender um sistema nacional de controle de fronteiras e sugerir o envio ao Congresso de um pacote abrangente, além da PEC em questão.

Em coletiva de imprensa, Tarcísio afirmou que a PEC "não é um produto pronto" e destacou a importância da integração entre o governo federal e os estaduais. Ele considerou a iniciativa como um "primeiro passo na direção correta" e ressaltou que é "fundamental preservar a autonomia dos estados".

Por outro lado, Ronaldo Caiado usou sua fala para criticar a proposta, alegando que representa uma "usurpação do poder" dos estados. Ele argumentou que a legislação penal e penitenciária deveria ser definida pelos estados, em um modelo similar ao dos Estados Unidos, que possuem um sistema federado.

"É uma usurpação de poder, uma invasão de prerrogativa, de uma prerrogativa que já está garantida a nós, governadores", complementou Caiado, reiterando sua oposição à proposta do governo.

As considerações dos governadores, inclusive as de direita, foram vistas como naturais e pertinentes ao debate. A análise no governo federal aponta que a maioria dos governadores recebeu a PEC de forma positiva, embora exista a percepção de que será necessário um trabalho adicional para esclarecer que a proposta não pretende retirar a autonomia dos estados.

Os governadores têm a intenção de apresentar sugestões de alterações ao texto. Segundo a reportagem, ainda não foi definida uma data para o envio dessas propostas.