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      Identificados dois desaparecidos políticos da ditadura militar enterrados na vala de Perus​

      Grenaldo de Jesus da Silva e Denis Casemiro foram reconhecidos após análise genética, encerrando décadas de incerteza​

      Protesto contra a ditadura militar (Foto: Wikimedia Commons)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) anunciou, nesta quarta-feira (16), a identificação de dois desaparecidos políticos vítimas da ditadura militar, cujos restos mortais estavam enterrados na vala clandestina de Perus, em São Paulo.

      Os restos mortais de Grenaldo de Jesus da Silva e Denis Casemiro foram reconhecidos após análises genéticas conduzidas por uma equipe multidisciplinar, resultado de parceria entre o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Prefeitura de São Paulo.​

      Grenaldo de Jesus da Silva, nascido em São Luís (MA), era militar da Marinha e foi preso em 1964 por reivindicar melhores condições de trabalho. Após ser expulso da instituição, viveu na clandestinidade e foi morto em 30 de maio de 1972 durante uma tentativa de sequestro de aeronave no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Seu corpo foi enterrado como indigente no Cemitério Dom Bosco e permaneceu sem identificação até os recentes trabalhos do Projeto Perus.​

      Denis Casemiro, natural de Votuporanga (SP), era pedreiro e trabalhador rural, atuando politicamente na Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Preso em abril de 1971, foi torturado e executado por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS/SP). Na época, sua morte foi oficialmente atribuída a uma tentativa de fuga. Em 2018, os restos mortais de seu irmão, Dimas Antônio Casemiro, também foram identificados na mesma vala.​

      A Vala Clandestina de Perus, descoberta em 1990 no Cemitério Dom Bosco, foi utilizada durante a ditadura militar para enterrar ilegalmente corpos de opositores do regime e indigentes. Ao todo, 1.049 ossadas foram encontradas no local. Em 24 de março de 2025, o governo federal reconheceu publicamente a negligência na guarda e identificação desses remanescentes, pedindo desculpas aos familiares das vítimas e à sociedade brasileira.​

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