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      Itamaraty discute impactos da política protecionista de Trump sobre o Brasil

      Diplomacia brasileira deve agir com cautela com o governo Trump

      Lula e Donald Trump (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Brendan McDermid)

      247 - Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos marcada para a próxima segunda-feira (20), cresce a preocupação da diplomacia brasileira em relação aos possíveis impactos de sua política econômica protecionista sobre as exportações nacionais. As práticas isolacionistas prometidas por Trump podem dificultar o relacionamento comercial entre Brasil e EUA, criando desafios para setores estratégicos.

      Diplomatas e pessoas próximas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ouvidos pelos jornalistas Fernanda Rouvenat e Ricardo Abreu da Globonews, afirmam que o Brasil manterá uma postura pragmática diante da nova gestão americana. A intenção é equilibrar interesses comerciais e políticos, mesmo diante de políticas mais rígidas de importação que Trump já sinalizou implementar.

      Entre os segmentos brasileiros mais vulneráveis a essas medidas está o setor de commodities, especialmente o aço. O aumento de tarifas pode não apenas afetar diretamente as exportações brasileiras, mas também provocar uma reação em cadeia na economia global. A elevação de preços de produtos importados tende a pressionar a inflação nos EUA, o que pode levar o Federal Reserve (FED) a manter as taxas de juros em níveis elevados. Essa decisão teria impactos diretos sobre a valorização do dólar frente ao real, tornando ainda mais desafiador o cenário para a economia brasileira.

      Este será o primeiro mandato em que Trump e Lula estarão simultaneamente no comando de seus países. O Palácio do Planalto reconhece que a gestão Trump deverá adotar uma abordagem isolacionista nas relações internacionais, o que contrasta com a diplomacia multilateralista defendida pelo governo Lula. Essa divergência pode criar obstáculos adicionais para a cooperação bilateral.

      Apesar das previsões de distanciamento nas relações, há incertezas sobre o grau de agressividade que Trump poderá demonstrar em relação à América Latina. Essa dúvida se intensificou com a possível nomeação do senador da Flórida, Marco Rubio, para o cargo de secretário de Estado. Rubio tem histórico de posturas duras em relação a países latino-americanos, o que poderia influenciar a política externa dos EUA na região.

      Diante desse cenário, a diplomacia brasileira deverá agir com cautela e pragmatismo, buscando preservar os interesses econômicos e estratégicos do país enquanto navega pelas incertezas da nova política americana.

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