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Jeffrey Chiquini diz que Malu Gaspar recuou em caso do Banco Master e aponta pressão nos bastidores do STF

Advogado de Filipe Martins na trama golpista afirma que mudança indica intimidação após denúncia envolvendo Alexandre de Moraes e o Banco Central

Jeffrey Chiquini (Foto: Reprodução Youtube)

247 – O advogado criminalista Jeffrey Chiquini, que atua na defesa de Filipe Martins na chamada trama golpista, afirmou que a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, recuou de denúncias graves envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o Banco Master e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, após pressão nos bastidores do Judiciário.

A avaliação foi feita por Chiquini em vídeo publicado no YouTube com o título “Globo foi ameaçada e Malu Gaspar teve que recuar?”, no qual ele analisa a mudança de abordagem da jornalista em artigos recentes, depois de ter publicado informações que, segundo o advogado, poderiam sustentar acusações de extrema gravidade institucional.

Denúncia inicial e o contrato milionário

Segundo Jeffrey Chiquini, tudo começou quando Malu Gaspar publicou, em dezembro de 2025, reportagem revelando a existência de um contrato de alto valor entre o escritório de advocacia da esposa de Alexandre de Moraes e o Banco Master. O advogado destaca que se trata de um acordo no valor de R$ 129 milhões, dividido em parcelas mensais.

“O famoso contrato de 129 milhões entre o escritório da esposa do Moraes e o Banco Master”, afirma Chiquini, ressaltando que a existência do contrato jamais foi negada nem pelo ministro nem por sua esposa.

Na avaliação do advogado, o tema ganhou ainda mais gravidade quando a colunista avançou e publicou que Alexandre de Moraes teria procurado Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, para interceder em favor do Banco Master junto à autoridade monetária.

Acusação de pressão e possível crime

Jeffrey Chiquini sustenta que a denúncia publicada por Malu Gaspar apontava para uma conduta que poderia ser enquadrada como crime. Segundo ele, “isso é crime de advocacia administrativa, se utilizar da sua função pública para interceder por alguém perante um órgão público”.

Na leitura do advogado, a reportagem indicava que um ministro do STF teria atuado junto ao Banco Central para defender interesses de uma instituição financeira com a qual o escritório de sua esposa mantinha contrato, no contexto de um negócio bilionário envolvendo o Banco Master e o Banco de Brasília.

O recuo e a mudança de foco

O ponto central da crítica de Jeffrey Chiquini está no que ele classifica como um recuo da jornalista. De acordo com o advogado, em artigo posterior, Malu Gaspar teria passado a sustentar que Alexandre de Moraes não pressionou Gabriel Galípolo, alterando o foco de suas críticas para o ministro Dias Toffoli.

“Malu Gaspar recua e admite que Moraes não fez pressão sobre Galípolo, no caso do Master. Em novo artigo, a jornalista diz que Moraes foi a favor da investigação e agora acusa Toffoli de estar seguindo à risca o script da defesa”, afirma Chiquini.

Para o advogado, essa mudança de narrativa não foi espontânea. Ele ironiza a hipótese de arrependimento voluntário e sugere que a jornalista sentiu o peso das consequências ao tocar em um tema sensível envolvendo um dos ministros mais poderosos do STF.

Clima de intimidação

Jeffrey Chiquini também chama atenção para o que descreve como um ambiente de intimidação. Ele afirma que, após a publicação das denúncias, Malu Gaspar teria reduzido drasticamente sua presença pública e nas redes sociais, ao mesmo tempo em que surgiram reportagens sugerindo que Alexandre de Moraes estaria preparando uma “resposta dura” contra as fontes das denúncias.

“Opa, preparando resposta dura a quem? À Malu Gaspar e às suas fontes”, questiona o advogado, lembrando que a própria jornalista havia afirmado contar com seis fontes que sustentariam a versão de pressão sobre o presidente do Banco Central.

Existência do contrato e detalhes financeiros

No vídeo, Jeffrey Chiquini reforça que o contrato entre o escritório da esposa de Alexandre de Moraes e o Banco Master existe e apresenta características que ele considera atípicas. Segundo o advogado, trata-se de parcelas mensais líquidas de R$ 3,6 milhões, nas quais o próprio banco arcaria inclusive com o imposto da nota fiscal emitida pelo escritório.

“Isso não existe. Se eu emito uma nota do meu escritório, eu pago o imposto. Ali não. Ali o cliente pagava inclusive o imposto da nota”, afirma.

Leitura política e institucional

Ao final de sua análise, Jeffrey Chiquini amplia o debate e afirma que o episódio revela um padrão de atuação que não atingiria apenas setores da direita, mas também jornalistas de grandes veículos de comunicação.

“A gente sempre avisou: essa tirania não era exclusividade da direita. Imagine só uma das principais jornalistas da Globo tendo que recuar”, diz o advogado.

Para ele, o caso expõe não apenas uma controvérsia jurídica envolvendo ministros do STF e o sistema financeiro, mas também um ambiente de forte pressão institucional, no qual denúncias sensíveis rapidamente encontram limites impostos pelo poder.

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