Justiça nega novo pedido de Ronnie Lessa para voltar a penitenciária no Rio
A defesa do miliciano afirmou que ele está há cinco anos “em um sistema completamente rigoroso” nas unidades federais
247 - O juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS), negou um novo pedido do ex-policial Ronnie Lessa para que seja transferido a um presídio da Polícia Militar no Rio em 30 dias. Investigadores apontaram o miliciano como o responsável pelos tiros que mataram a ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), morta por integrantes do crime organizado em março de 2018 num lugar sem câmeras na região central do município.
“Indefiro o requerimento da defesa constituída, mantendo o inteiro teor da decisão que renovou o prazo de permanência do interno RONNIE LESSA no sistema penitenciário federal, uma vez que a jurisprudência dominante informa que não cabe ao Juízo Corregedor fazer juízo de valor sobre a decisão do Juízo de origem, que autorizou a renovação/inclusão do preso em Presídio Federal”, escreve o magistrado, segundo o jornal O Globo.
A defesa do ex-PM alega que ele está há cinco anos “em um sistema completamente rigoroso” nas unidades federais. De acordo com o advogado de ele, a manifestação do Ministério Público do Rio de que ele poderia “perpetuar suas articulações criminosas de dentro do estabelecimento prisional” do estado “não encontra respaldo fático”.
“(…) isto porque, o período que o Requerente ficou em Bangu I, antes de ser transferido ao sistema federal, sequer foi mencionado sobre este ter manipulado a máquina pública. Ora, se a presunção de que suas articulações criminosas fossem verídicas, poder-se-ia presumir que teria naquele momento diversas regalias, empreendido fuga, ou nem mesmo ter sido transferido para penitenciária federal de segurança máxima”, escreve Saulo Carvalho.
Lessa foi preso em 2019 junto com outro miliciano, o ex-PM Élcio Queiroz, que admitiu ter dirigido o veículo de onde partiram os tiros contra Marielle. Segundo a Polícia Federal, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, que está preso, atuou na "vigilância" e "acompanhamento" da ex-parlamentar. Queiroz disse que o sargento da PM Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, assassinato em 2021, foi quem apresentou a Lessa o "trabalho" de executar Marielle.
O delator Élcio Queiroz afirmou que o mecânico Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como "Orelha", foi procurado por Suel para se desfazer do carro usado no homicídio. A delação apontou que Orelha tinha uma agência de automóveis e foi dono de um ferro velho. Conhecia pessoas que trabalham com peças de carros.
Mais três pessoas foram presas - o ex-deputado Chiquinho Brazão (ex-União Brasil-RJ), o irmão dele e conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-RJ) Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do estado do Rio.
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