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    Líder do governo na Câmara defende ampliar aliança com o centro para “interditar a direita” em 2026

    “Temos condições de constituir uma grande aliança da esquerda, do PT e do governo, com o centro para disputar a eleição de 2026”, disse José Guimarães

    José Guimarães (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

    247 - O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-PE), defendeu, em entrevista ao Metrópoles, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) amplie as alianças com o centro para garantir a governabilidade e “interditar a direita”. Segundo ele, o governo Lula é de coalizão, representando diversas forças políticas e, por isso, o diálogo com outras frentes além da esquerda é necessário.

    “Temos condições de constituir, talvez, uma grande aliança da esquerda, do PT e do governo, com o centro para disputar a eleição de 2026 [...]O governo Lula é de coalizão, é uma rede de participação de várias forças políticas, tem problemas? Tem. Mas acho que a centralidade do PT é construir um amplo movimento para interditar a direita. E com o centro, repactuar o novo governo com a reeleição do presidente Lula”, disse. 

    Apesar de defender essa aproximação com o centro, Guimarães diz que ainda é muito cedo para cogitar mudanças no governo pensando nas eleições presidenciais de 2026 e atrair siglas como o PSD  e o União Brasil. “É muito cedo para dizer quem é ou não candidato. Penso que, na hora certa, vamos ter que estar juntos. Nós temos um bom diálogo com o atual presidente da sigla, o Antônio Rueda, com os ministros do União Brasil, assim como o PSD. A política sempre teve esse sobressaltos, mas o estilo do Lula garante essa construção”, afirmou.

    Pautas identitárias não são pautas do governo - Sobre o desempenho do PT nas eleições municipais, Guimarães afirma que o posicionamento mais pragmático dos líderes do partido na região Nordeste ajudou a conquistar vitórias importantes por ampliar o leque de alianças. Outro ponto discutido são as pautas identitárias, como o aborto e a linguagem neutra, que prejudicariam a relação de líderes de esquerda com parte do eleitorado.

    Na visão do líder do governo na Câmara, essas pautas não fazem parte da agenda do governo, e são levantadas pela direita. “Quem inventa essas pautas é a direita. Não foi a esquerda que levou a votação do projeto do aborto na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça]. Essa pauta identitária, que faz parte historicamente dos movimentos libertários de esquerda, não é a pauta que a esquerda quer para seu programa de governo, não pode. O ‘partido A’ e o ‘partido B’ sempre abordam, é natural, mas não é pauta do governo”, opinou.

    Eleições no Congresso - Guimarães também afirmou que um dos focos dos parlamentares governistas ao longo do próximo ano será a reunificação de forças na Câmara após as eleições pela presidência da Casa. O PT anunciou o apoio ao candidato de Arthur Lira (PP-AL), o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). No entanto, partidos da base aliada do governo , como o União Brasil e o PSD chegaram a lançar candidaturas.

    “A prioridade é reunificar essas forças aqui dentro. Evidentemente, foram bancadas que se confrontaram. Todo mundo sabe, o governo não se envolveu, mas o PT tomou posição e terminou tendo muito peso. Isso criou alguns atritos, mas o nosso esforço, baixando a poeira, é recompor com todos, com o Elmar Nascimento (União) e Antônio Brito (PSD), e com todos aqueles que almejavam presidir o Legislativo”, defendeu.

    O deputado confessa que ele mesmo chegou a cogitar lançar sua candidatura, mas priorizou construir uma aliança. “Eu já tive muitos desejos aqui dentro. Nem sempre é possível o que você quer, tem que prevalecer sempre o interesse do país aqui dentro.”

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