Lula diz que vai conversar com UE para que lei antidesmatamento não seja incluída em acordo com Mercosul
A legislação europeia prevê a proibição da importação de produtos originários de áreas que foram desmatadas a partir de 2022
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que vai conversar, em Nova York, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Van der Leyen, para que a União Europeia não tente incluir no acordo comercial negociado pelo bloco com o Mercosul a questão da implementação da lei europeia antidesmatamento, prevista para entrar em vigor em dezembro.
"Passaram 30 anos dizendo que era o Brasil que não queria fazer o acordo. Nós decidimos, temos proposta, não inventem outro argumento para dizer que vão dificultar o acordo", disse Lula durante reunião no Palácio do Planalto para tratar do combate às queimadas no país.
Na semana passada, o governo brasileiro enviou uma carta ao comando da Comissão Europeia pedindo que a lei antidesmatamento não entre em vigor, alegando que a legislação fere questões de comércio internacional e viola a soberania dos países afetados por ela.
A legislação europeia, aprovada em 2022, prevê a proibição da importação de produtos originários de áreas que foram desmatadas a partir de 2022, mesmo em áreas em que o desmatamento é legalizado.
O texto inclui sete setores, sendo a maioria da pauta de exportação brasileira para os europeus: carne, café, cacau, produtos florestais (que inclui papel, celulose, e madeira), soja, e borracha. Tem ainda óleo de palma, único produto que o Brasil não exporta, mas inclui derivados, como couro, móveis e chocolate.
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