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Lula minimiza críticas de Múcio a 'questões ideológicas' envolvendo compra de blindados de Israel

Presidente também garantiu que o ministro da Defesa não será demitido

José Múcio e Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

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247 - Após declarações do ministro da Defesa, José Múcio, durante um evento com empresários nesta semana, o governo se viu novamente em meio a uma polêmica interna. Múcio criticou as "questões ideológicas" que, segundo ele, estariam impedindo o progresso da negociação para a compra de veículos blindados de Israel pelo Exército brasileiro. A informação, divulgada inicialmente pelo jornal Estado de S. Paulo, provocou reações dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), intensificando as pressões pela saída do ministro. No entanto, o próprio presidente Lula (PT) veio a público nesta sexta-feira (11) garantir a permanência do ministro. 

Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, o presidente ressaltou sua relação pessoal e profissional com o ministro, minimizando o impacto das declarações. “Eu sou muito amigo do José Múcio. Esquece o fato de ele ser ministro. O José Múcio é uma pessoa com quem eu tenho uma amizade profunda e um respeito profundo. Gosto muito dele. Ele me ligou apavorado: ‘acho que eu falei alguma coisa que não devia ter falado’. Eu falei: ‘Múcio, não se preocupe. Aquilo que a gente falou já está falado. Já foi explorado. Esqueça e toque o barco para frente. Se você falou aquilo porque você pensava aquilo, está ótimo. Se você falou porque cometeu um equívoco, está ótimo. Você não vai perder comigo um centímetro de importância por conta daquilo’”, afirmou o presidente.

Lula foi enfático ao afirmar que o episódio não abalou a confiança e o apreço que tem por Múcio. “O José Múcio continua meu amigo, meu ministro da Defesa, uma pessoa em quem eu tenho não apenas muita confiança, mas por quem eu tenho uma estima profunda pela lealdade dele comigo, antes e durante o governo. [...] Portanto, isso não abalou em nada a permanência dele no Ministério da Defesa”.

Fontes do Planalto indicam que Lula e Múcio já discutiram o episódio e que o presidente não foi pego de surpresa pela insatisfação do ministro. Segundo essas fontes, Múcio havia procurado o presidente previamente para propor uma solução intermediária com o objetivo de destravar a compra dos obuseiros 155 mm. Além disso, o ministro discutiu as objeções levantadas pelo Ministério da Defesa ao Tribunal de Contas da União (TCU).

O contrato, vencido pela empresa israelense Elbit Systems em abril, previa a entrega de 36 veículos blindados ao Brasil. Contudo, a negociação esbarrou em resistências internas. Um dos principais opositores foi Celso Amorim, assessor-chefe de Assuntos Internacionais da Presidência, que considera incoerente a aquisição de equipamentos militares de Israel, tendo em vista as críticas de Lula às ações israelenses na Faixa de Gaza e contra o Líbano.

Nos bastidores, surgiram especulações de que a fala pública de Múcio teria como objetivo “provocar” sua própria demissão, sugerindo que ele estaria cansado dos embates que têm marcado sua gestão. Contudo, aliados próximos ao ministro descartam essa hipótese, afirmando que ele não age dessa forma.

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