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    Manuela D´ávila defende manutenção da frente ampla ‘sem descaracterizar a esquerda’

    "Defendo a frente ampla e defendo que nós sejamos a esquerda da frente ampla", disse

    Manuela D´ávila (Foto: Leonardo Lucena)

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    247 - A ex-deputada federal Manuela D´ávila defendeu, em entrevista ao jornal O Globo, a manutenção da frente ampla que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022, mas sem a descaracterização das ideias de esquerda. Recentemente, Manuela anunciou sua desfiliação do PCdoB, partido em que iniciou sua trajetória política e ficou por 25 anos.

    “Eu defendo a necessidade de nós termos amplitude, de dar manutenção à construção da frente ampla, que elegeu o presidente Lula e isso tem de ser levado a sério. Nós não fizemos a frente ampla porque nós queríamos, fizemos por necessidade objetiva do nosso país. Não é uma questão de vontade, é de necessidade, de um certo cordão sanitário em defesa da democracia. Mas tem setores que confundem a necessidade dessa frente ampla com a descaracterização da própria esquerda. Defendo a frente ampla e defendo que nós sejamos a esquerda da frente ampla, e não a direita ao centro da frente ampla”, disse a ex-deputada.

    Ao ser questionada sobre seu futuro na política, Manuela não descartou a possibilidade de concorrer a algum cargo eletivo nas eleições de 2026. “Existem muitas formas de contribuir de maneira militante e tenho tentado contribuir dessa maneira nos últimos dois processos eleitorais. No Rio Grande do Sul, defendo que a gente tenha um debate amplo com setores diversos da esquerda e para além da esquerda, tanto quanto nacionalmente. Se o meu nome for o que construir a unidade, nunca me furtei a ocupar espaços de disputa eleitoral. Não é uma porta fechada para mim, mas dentro dessa condição de um projeto coletivo. Eu não acredito na política como realização do indivíduo ou na política com caminhos solos”, afirmou.

    Sobre o cenário de lideranças emergentes na esquerda, Manuela se mostrou otimista, citando nomes como Natália Bonavides (PT-RN), Olívia Santana(PCdoB-BA) e Maria Marighella (PT-BA). Ela também mencionou Guilherme Boulos (Psol), que, apesar de ter enfrentado uma derrota recente em São Paulo, continua sendo um dos principais expoentes da esquerda. "A caminhada de qualquer liderança é marcada por vitórias e derrotas. É impossível imaginar um projeto de Brasil que não inclua o Guilherme, que foi o deputado federal mais votado de São Paulo", justificou.

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