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    Mulheres queimam boneco de Arthur Lira em protesto contra PL antiaborto (vídeo)

    A revolta nas ruas contra o projeto que equipara o aborto ao homicídio teve como um dos alvos o presidente da Câmara

    Boneco de Arthur Lira é queimado durante protesto contra o PL do Estupro (Foto: Reprodução/X)

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    247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi um dos principais alvos das manifestações deste domingo (23) realizadas por mulheres em diversas cidades do Brasil contra o PL antiaborto. O projeto, que equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio, gerou indignação e revolta, culminando em protestos significativos.

    A aprovação da urgência para a tramitação do projeto, conduzida de forma relâmpago na Câmara dos Deputados, trouxe Lira para o centro das críticas. Ele teria feito um acordo com a bancada evangélica, principal apoiadora do projeto, para acelerar o processo. Esse movimento foi visto como um desrespeito aos direitos das mulheres.

    Em São Paulo e em Belo Horizonte, as manifestações alcançaram um ápice quando um boneco representando Arthur Lira foi queimado pelas mulheres. O vídeo do evento rapidamente se espalhou pelas redes sociais, ampliando a pressão sobre o presidente da Câmara. Elas carregavam cartazes e gritavam palavras de ordem exigindo respeito aos seus direitos e a retirada do projeto.

    RECUO - Diante da avalanche de críticas, Arthur Lira tem tentado adotar um tom conciliador. Em uma tentativa de acalmar os ânimos, ele afirmou que não há pressa para votar o projeto, sugerindo uma abertura para mais debates e discussões.

    Mas as manifestantes não se deixaram enganar: querem a retirada completa do projeto e a garantia de que seus direitos não serão mais tratados como moeda de troca em acordos políticos obscuros.

    ENTENDA - O projeto, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcate (PL-RJ), propõe mudanças drásticas, aplicando suas regras inclusive para casos em que o aborto é atualmente autorizado pela legislação brasileira, como gravidez decorrente de estupro. Hoje, o aborto é proibido com penas de 1 a 3 anos de prisão, exceto nos casos de estupro, risco à vida da mãe e feto anencéfalo, onde a interrupção é permitida a qualquer momento sem prejuízos legais para a mulher.

    Uma pesquisa recente do instituto Datafolha revelou que 66% dos brasileiros não apoiam o projeto de lei que equipara o aborto ao crime de homicídio simples. Apenas 29% dos entrevistados são favoráveis ao projeto. Outros 2% se mostraram indiferentes e 4% não souberam opinar.

    O levantamento também mostrou que 52% dos evangélicos apoiam a ampliação do acesso ao procedimento de interrupção de gravidez para além das situações previstas em lei.

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