'Não pense que quando falo da China quero brigar com os Estados Unidos', diz Lula
"Quero os Estados Unidos do nosso lado tanto quanto quero a China. Quero saber onde entramos, com quem eu vou dançar”, disse o presidente Lula
Sputnik - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (14) que discutirá uma "parceria estratégica de longo prazo" com a China quando se encontrar com seu colega Xi Jinping no final deste ano no Brasil no âmbito da cúpula do G20.
Lula mencionou em um evento que a China, principal parceira comercial do Brasil, está buscando conversar com o país sul-americano sobre sua iniciativa Cinturão e Rota, sinalizando que o Brasil estaria aberto a se juntar à iniciativa.
No entanto, o presidente observou que não quer que os laços de Brasília com Pequim comprometam seu relacionamento com os Estados Unidos. As declarações foram feitas no evento Diálogos Capitais, na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Depois do G20, eu tenho bilateral aqui em Brasília com a China. É uma reunião em que vamos discutir a parceria estratégica com a China de longo prazo. Queremos ser uma economia mais forte, não pense que quando falo da China quero brigar com os Estados Unidos, quero os Estados Unidos do nosso lado tanto quanto quero a China. Quero saber onde entramos, com quem eu vou dançar”, afirmou Lula, citado pelo Metrópoles.
O presidente ainda acrescentou que a China "virou um problema, não para nós, mas para os países capitalistas que exploravam a mão de obra quase escrava. Os chineses souberam aproveitar a oportunidade. Hoje, a China é o que é, uma coisa invejável", analisou.
Ainda discursando sobre política externa, o presidente também abordou o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), que está para ser ratificado.
"Estamos prontos para firmar o acordo Mercosul e União Europeia, depende da União Europeia. Já decidimos o que queremos, eles que se virem […]. Nós, do Mercosul, estamos dispostos a assinar, agora depende deles", afirmou.
Lula informou que deve visitar o Japão em março de 2025, em meio aos esforços de seu governo para fortalecer os laços diplomáticos, segundo a Reuters.
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