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Norte e Nordeste registram maior número de homicídios do país, diz Atlas da Violência

Dados do Atlas da Violência apontam que em 2022 o Brasil registrou 46.409 homicídios, uma taxa de 21,7 homicídios por 100 mil habitantes, igualando-se à taxa de 2019

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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247 - As regiões Norte e Nordeste registram as maiores taxas de homicídios registrados e estimados por 100 mil habitantes, segundo dados do Atlas da Violência 2024, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (18). Os estados dessas regiões também apresentam índices de mortes violentas superiores à média nacional.

Em 2022, segundo a Folha de S. Paulo, o estudo aponta que o Brasil registrou 46.409 homicídios, uma taxa de 21,7 homicídios por 100 mil habitantes, igualando-se à taxa de 2019. Esse número representou uma leve queda de 3,6% em comparação a 2021, que teve 22,5 homicídios por 100 mil habitantes.

Salvador, a capital da Bahia, lidera o ranking nacional com a maior taxa de homicídios estimados por 100 mil habitantes (66,4), seguida por Macapá (55,8), Manaus (55,7), Porto Velho (47,6) e Fortaleza (45,3). Outras capitais que completam a lista das 12 maiores taxas incluem Recife (44,7), Aracaju (41,8), Maceió (41,5), Teresina (40,4), Boa Vista (39,2), Natal (36,9) e Palmas (32,0). Porto Alegre é a capital fora do Norte e Nordeste com a maior taxa de homicídios estimados (29,9).

Entre outras capitais, o Rio de Janeiro registrou uma taxa de homicídios de 21,3 por 100 mil habitantes, Belo Horizonte 17,6, e São Paulo 15,4. Florianópolis apresentou a menor taxa entre as capitais, com 8,9 homicídios por 100 mil habitantes. Contudo, a cidade de São Paulo registrou apenas 344 dos 1.762 homicídios corretamente, destacando-se como a única capital com mais homicídios ocultos do que registrados.

O Atlas da Violência diferencia entre homicídios registrados e estimados. Os homicídios registrados são aqueles contabilizados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, enquanto os estimados incluem homicídios ocultos - assassinatos, agressões, suicídios e acidentes categorizados como causa indeterminada. Para determinar os homicídios estimados, pesquisadores utilizaram ferramentas de aprendizado de máquina que consideraram situações e características das vítimas.

As regiões Norte e Nordeste têm trajetórias semelhantes em relação às taxas de homicídios. A partir de 2014, houve um aumento significativo no número de mortes, alcançando um pico de quase 50 homicídios por 100 mil habitantes em 2017. De 2018 a 2022, houve uma redução, exceto no Nordeste, que experimentou um aumento entre 2019 e 2020. Em 2022, ambas as regiões registraram a mesma taxa de homicídios, 34,7 por 100 mil habitantes.

No Nordeste, a Bahia se destaca com a maior taxa de homicídios (46,8). Praticamente todos os municípios litorâneos do estado têm taxas superiores a 47 homicídios por 100 mil habitantes. Salvador e Feira de Santana foram as cidades com as maiores taxas de homicídios em municípios grandes (população acima de 500 mil), com 66,4 e 66,0 homicídios por 100 mil habitantes, respectivamente. Em municípios médios (população entre 100 mil e 500 mil), Santo Antônio de Jesus teve a maior taxa, com 94,1 homicídios por 100 mil habitantes.

No Norte, o Amazonas apresenta a maior taxa de homicídios estimados (43,5). A região é um foco de atuação de pelo menos dez organizações criminosas, principalmente nas áreas de fronteira. Facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho) expandiram sua atuação para a região nos últimos anos. 

Entre outras capitais, o Rio de Janeiro registrou uma taxa de homicídios de 21,3 por 100 mil habitantes, Belo Horizonte 17,6, e São Paulo 15,4. Florianópolis apresentou a menor taxa entre as capitais, com 8,9 homicídios por 100 mil habitantes. Contudo, a cidade de São Paulo registrou apenas 344 dos 1.762 homicídios corretamente, destacando-se como a única capital com mais homicídios ocultos do que registrados.

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