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    "O antipetismo mostrou força em 2024", diz Edinho Silva

    Prefeito de Araraquara e possível candidato à presidência do PT, Edinho Silva defende alianças amplas para reconquistar a classe média urbana

    (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

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    247 – Edinho Silva, prefeito de Araraquara e ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Dilma Rousseff, é visto como um dos principais nomes para assumir a presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2025. Em entrevista à jornalista Malu Gaspar, no Globo, Edinho refletiu sobre os resultados das eleições municipais de 2024, nas quais o antipetismo se mostrou mais forte do que o partido esperava. Para ele, o PT precisa de novas estratégias para dialogar com a classe média, especialmente nas grandes cidades, e enfrentar o desafio de uma direita organizada que tem captado o voto “antissistema”.

    “O antipetismo ainda é muito presente. Ele se tornou mais forte em 2024, nos setores médios da sociedade que em 2022 estavam conosco, mas em 2024 não”, declarou. Edinho defende que o PT precisa ouvir as demandas da classe média urbana que, de acordo com ele, está desiludida com a capacidade do Estado de promover transformações. “Perdemos as eleições onde a classe média é extensa, nas periferias. A juventude da periferia também foi cooptada pelo antissistema”, observou, atribuindo essa mudança ao impacto das redes sociais e à mobilização dos partidos de direita.

    Edinho acredita que o momento exige que o PT una esforços com outras forças democráticas para 2026, em um esforço de construção de uma frente ampla. “Temos que construir alianças. Tem que dialogar com o campo democrático e fazer reformas que possam melhorar a relação do Estado com a sociedade civil”, afirmou. Segundo ele, a adesão da classe média ao discurso antissistema coloca em risco a estabilidade democrática, e o PT precisa ser capaz de apresentar um projeto de futuro que recoloque o Estado como um agente relevante na redução das desigualdades sociais.

    Ao avaliar os desafios de figuras como Guilherme Boulos, Edinho reconhece que propostas progressistas não conseguem competir, em período eleitoral, com a rejeição que ainda recai sobre o PT em muitas cidades. Ele destaca, porém, que isso não significa um fracasso, mas um reflexo do ambiente polarizado. “Nós quase perdemos Fortaleza. Não tenho nenhuma dúvida de que vamos ter que fazer uma reforma política para combater o crescimento dessa onda antissistema”, argumentou, defendendo a necessidade de um voto em lista, que, segundo ele, daria mais força aos projetos partidários do que aos nomes individuais.

    O prefeito ainda comentou a importância de uma comunicação unificada dentro do governo e destacou o papel de figuras históricas do PT, como José Dirceu e João Vaccari Neto, no apoio ao governo e à legenda. “São pessoas que têm acúmulo, que viveram dificuldades e que podem ajudar", afirmou. Para Edinho, o momento exige do partido uma escuta atenta da sociedade e a capacidade de buscar alternativas que respondam às demandas da classe média e das periferias, sem perder de vista os princípios democráticos.

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