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PF analisa celulares de Wassef antes de concluir inquérito do caso das joias

São investigados crimes como peculato e organização criminosa. Jair Bolsonaro deverá ser indiciado

Jair Bolsonaro e Frederick Wassef (Foto: Reuters | Reprodução)

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247 - As investigações da Polícia Federal (PF) sobre a venda ilegal de presentes dados ao Estado brasileiro em viagens oficiais de Jair Bolsonaro (PL) continuam a avançar. A mais recente etapa do inquérito envolve a análise minuciosa do conteúdo dos celulares do advogado Frederick Wassef, que representa Bolsonaro. Segundo a jornalista Camila Bomfim, do g1, "a Polícia Federal encontrou informações relevantes no celular de Frederick Wassef". 

Esta análise é crucial para esclarecer as transações e atividades relacionadas à venda de presentes dados ao Estado brasileiro.

Os peritos da PF estão focados em vasculhar fotos, vídeos, mensagens de texto e áudio presentes nos aparelhos de Wassef. A detida análise desse material, segundo fontes da investigação, é uma das razões para o prolongamento da conclusão do relatório final, informa o jornal O Globo.

Frederick Wassef está sendo investigado por sua suposta participação na recompra de um relógio Rolex, dado a Bolsonaro pelo governo saudita. O Rolex teria sido previamente vendido pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, a uma joalheria americana.

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Wassef, que não respondeu aos contatos para comentar a investigação, já havia afirmado em depoimento em São Paulo, em agosto de 2023, que a transação foi legítima e declarou-a à Receita Federal. Ele apresentou recibos que detalham a compra por US$ 49 mil e um saque de US$ 35 mil, alegando que a compra foi feita com seus próprios recursos.

Na última semana, a PF realizou novas diligências e colheu um novo depoimento de Mauro Cid para esclarecer a suposta negociação de outra joia, identificada através de uma cooperação com o FBI, dos Estados Unidos. Durante investigações em Miami, Wilson Grove e Nova York, a PF, em conjunto com o FBI, obteve acesso a comerciantes locais, câmeras de segurança e documentos financeiros que poderiam corroborar as alegações sobre a venda de uma nova joia.

"Foi nessa diligência do exterior, com a equipe do FBI, que se teve notícia dessa nova joia negociada e que não estava no foco da investigação. Houve um encontro de um novo bem vendido no exterior e isso talvez tenha sido um dos fatores para atrasar a conclusão do inquérito. Esse encontro robustece a investigação que se iniciou desde a apreensão no aeroporto", disse há duas semanas o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

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O delegado Ricardo Andrade Saadi, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (Dicor), enfatizou que a identificação dessa nova joia pode agravar as penas dos investigados, caso sejam condenados. A investigação considera crimes como peculato e formação de organização criminosa.

De acordo com a PF, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram vender ao menos quatro itens de luxo recebidos em nome do Estado brasileiro, sendo dois provenientes da Arábia Saudita e dois do Bahrein. Entre os itens negociados estão relógios de marcas renomadas como Rolex e Patek Phillipe. Um desses relógios foi vendido à empresa Precision Watches por US$ 68 mil, valor equivalente a cerca de R$ 347 mil na cotação da época.

Mauro Cid esteve diretamente envolvido em uma dessas vendas, visitando pessoalmente uma loja em Willow Grove para realizar a transação. Uma foto do comprovante de depósito foi encontrada em seu celular, servindo como evidência da transação.

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