PF aponta Braga Netto como líder de plano golpista e não descarta possibilidade de "golpe dentro do golpe"
Poder que o general concentraria é uma das razões pelas quais os investigadores acreditam que Braga Netto poderia, inclusive, derrubar o próprio Bolsonaro
247 - A Polícia Federal (PF) aponta o general da reserva Braga Netto como a principal figura por trás do planejamento e execução de um golpe de estado que buscava manter Jair Bolsonaro (PL) na presidência, mesmo após sua derrota nas urnas em 2022. Documentos divulgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e declarações de investigadores indicam que Braga Netto era a "cabeça pensante" e responsável pela operacionalização do plano, destaca a jornalista Andréia Sadi em sua coluna no g1.
Conforme apurado pela PF, Bolsonaro era o principal beneficiário e comandante da tentativa frustrada, tendo sido indiciado pelos crimes de golpe de estado, abolição violenta do estado de direito e organização criminosa — as mesmas acusações feitas contra Braga Netto. No entanto, os detalhes das investigações revelam que o general teria exercido um papel central, coordenando reuniões e articulando ações entre aliados.
Uma das evidências que reforçam a posição de Braga Netto no esquema golpista é a realização de uma reunião em sua própria residência, em 12 de novembro de 2022. Na ocasião, participantes discutiram planos que incluíam o assassinato de lideranças como o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Braga Netto seria ainda o responsável pelo comando de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que seria criado para gerir o caos gerado pelos ataques.
De acordo com a reportagem, o tamanho do poder que o general concentraria no cenário pós-golpe é uma das razões pelas quais investigadores acreditam que Braga Netto poderia, inclusive, derrubar o próprio Bolsonaro e assumir o comando do governo resultante.
Um dos pilares do papel estratégico de Braga Netto foi seu respaldo junto a oficiais das Forças Armadas. Como general-de-exército, o segundo posto mais alto na hierarquia militar, ele assegurava credibilidade ao plano golpista e incentivava a adesão de outros militares.
Entre os 37 indiciados pela PF, 25 são das Forças Armadas, incluindo nomes de alto escalão, como os ex-comandantes do Exército, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, e da Marinha, Almir Garnier Santos.
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