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    PF coloca no centro da cena golpista o entorno mais próximo de Bolsonaro, diz Jorge Messias

    Ministro-chefe da AGU classificou como "estarrecedoras" as descobertas sobre plano de militares que queriam assassinar Lula, Alckmin e Moraes

    Advogado-geral da União, Jorge Messias (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
    Guilherme Paladino avatar
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    247 - A Polícia Federal (PF) colocou no centro das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta terça-feira (19) o Ministro-Chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias. Segundo ele, o trabalho da PF revelou o envolvimento direto do entorno do ex-mandatário em ações planejadas para atacar a democracia - pretendendo assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal - e promover um golpe de Estado.

    "A operação da PF de hoje trouxe revelações estarrecedoras. O competente trabalho da nossa polícia judiciária coloca no centro da cena golpista o entorno mais próximo do ex-mandatário. O 8 de janeiro, como já disse, não foi um passeio dominical. Foi resultado de uma ação meticulosamente planejada por quem odeia a democracia e buscou dar um golpe contra o Estado de direito", afirmou Messias em publicação no X (antigo Twitter). Ele ainda reiterou sua posição contra o autoritarismo, citando Ulisses Guimarães: “Temos ódio e nojo à ditadura. Não passarão!”.

    Operação Contragolpe e os planos golpistas

    A declaração de Messias segue a deflagração da Operação Contragolpe, pela Polícia Federal, que desarticulou uma organização criminosa formada por militares e apoiadores do ex-presidente. Segundo a PF, o grupo planejava assassinar Lula, Alckmin e Moraes como parte de um plano maior para instaurar um regime ditatorial no Brasil.

    Apelidado de "Punhal Verde e Amarelo", o esquema previa ações coordenadas com alto nível técnico-militar. Entre os objetivos estavam o assassinato de líderes políticos, a abolição do Estado Democrático de Direito e a imposição de um governo de exceção. De acordo com as investigações, os conspiradores possuíam treinamento avançado e recursos suficientes para implementar a estratégia.

    A PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva — quatro contra militares, incluindo um general da reserva, e um policial federal —, além de três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares. As operações ocorreram no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal, com apoio do Exército Brasileiro.

    A PF também identificou que Bolsonaro revisou e ajustou uma "minuta do golpe", que visava intervir no Judiciário, impedir a posse de Lula e convocar novas eleições. Mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, revelam que o ex-mandatário buscava apoio militar para consolidar a tentativa de golpe.

    Entre os detidos na operação estão nomes de peso, como o general da reserva Mário Fernandes, ex-ministro interino da Secretaria-Geral e assessor do deputado Eduardo Pazuello, e o coronel Hélio Ferreira Lima, ex-comandante de forças especiais em Manaus. O grupo é acusado de coordenar desde o financiamento de manifestantes golpistas até o planejamento de atentados contra autoridades.

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