PL tem racha com divergências entre Bolsonaro e Valdemar sobre eleições municipais
Bolsonaro tem atacado candidaturas que não fortaleçam a “guerra cultural” e não preservam as bandeiras do bolsonarismo
247 - As convenções do PL para as eleições municipais deste ano trouxeram à tona divergências internas significativas, colocando em risco a meta do partido de eleger pelo menos mil prefeitos em todo o Brasil. Em meio a um cenário tumultuado, surgiram atritos em campanhas onde Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, estão em lados opostos, além de conflitos em municípios onde o partido se aliou a partidos de esquerda, desobedecendo a orientação nacional, relata o jornal O Globo.
Bolsonaro tem se empenhado em vetar candidaturas de centro, o que contraria Valdemar. Grupos de direita têm denunciado neoaliados, visando fortalecer a “guerra cultural” e preservar as bandeiras do bolsonarismo. Em algumas cidades, Bolsonaro favorece candidatos alinhados aos seus valores de 2018, independentemente da filiação partidária.
Em São Paulo, as divergências são evidentes. Em Guarulhos, Bolsonaro apoia Jorge Wilson (Republicanos), enquanto Valdemar aposta em Lucas Sanches (PL). Em Ilhabela, Bolsonaro apoia Diana Almeida Matarazzo (Podemos), ex-PL, contra Toninho Colucci (PL). Já em São Bernardo do Campo, embora não haja conflito entre Bolsonaro e Valdemar, a decisão do PL de apoiar Alex Manente (Cidadania) desagradou a base bolsonarista.
No Rio de Janeiro, em Búzios, Bolsonaro apoia Alexandre Martins (Republicanos), apesar de o PL ter Rafael Aguiar como candidato. Em São Luís, Maranhão, a aliança entre PT e PL em apoio a Duarte Junior (PSB) gerou indignação entre bolsonaristas. O senador Flávio Bolsonaro criticou a situação, destacando o desalinhamento de alguns diretórios do PL com os valores bolsonaristas.
No interior de Santa Catarina, a união entre PL e PT em Xavantina também causou desconforto. A resolução do PL que proíbe alianças com PT-PCdoB-PV e Psol-Rede foi reforçada por Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, que pediu a denúncia de tais coligações.
Nas redes sociais, militantes bolsonaristas pressionam por um distanciamento da esquerda e de nomes de centro. O ex-ministro Ricardo Salles, agora no Novo, foi criticado pela presença de Alexandre Kalil (Republicanos) em palanque de Romeu Zema (MG), também do Novo. Salles respondeu destacando inconsistências dentro do PL.
No Nordeste, PT e PL estão coligados em várias cidades da Paraíba, apesar da resolução contrária. Em João Pessoa, Marcelo Queiroga, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a prefeito pelo PL, afirmou que a resolução deve ser cumprida, evitando, no entanto, confrontar Wellington Roberto, presidente do PL na Paraíba.
No Ceará, Carmelo Neto, presidente do PL estadual, dissolveu o diretório municipal de Ipueiras para impedir o apoio a Nenem do Cazuza (PSB), que tem o PT como vice.
A disputa interna no PL e as alianças controversas revelam um partido dividido, enfrentando desafios significativos para alcançar seus objetivos nas eleições municipais de 2024.
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