"Por muito, mas muito pouco" Braga Netto não foi preso, diz investigador
General e ex-ministro foi indiciado, juntamente com Jair Bolsonaro e mais 35 pessoas, no inquérito que apura o planejamento de um golpe de Estado
247 - O relatório da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado, para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e assegurar a permanência de jair Bolsonaro (PL) no poder, revelou que o general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro, sediou em sua residência, no final de 2022, uma reunião onde foi discutido um plano golpista que incluía o asaassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
No relatório encaminhado ao STF nesta quinta-feira (21), Braga Netto foi indiciado pela PF mas não foi preso. Segundo um investigador ouvido pela coluna Radar, da revista Veja, a prisão do militar não ocorreu "por muito, mas muito pouco". Após a divulgação das provas pela PF, o general se recolheu e deixou de atender ligações. "Quem anda sozinho, acaba sozinho", disse um aliado sobre o isolamento de Braga Netto.
As investigações do chamado “inquérito do golpe” indicam que o plano golpista, denominado "Punhal Verde e Amarelo", foi discutido em 12 de novembro de 2022 na casa de Braga Netto. Conforme apurado pela PF, Bolsonaro era o principal beneficiário e comandante da tentativa frustrada, tendo sido indiciado pelos crimes de golpe de estado, abolição violenta do estado de direito e organização criminosa — as mesmas acusações feitas contra Braga Netto.
No entanto, os detalhes das investigações revelam que o general teria exercido um papel central, coordenando reuniões e articulando ações entre aliados.
Ao todo, a PF indiciou 37 pessoas, incluindo Jair Bolsonaro. As acusações incluem abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, além de organização criminosa.
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