Religiões evangélicas consolidam avanço da direita nas eleições municipais
Segundo o levantamento da Quaest de julho, a rejeição ao presidente Lula entre os evangélicos é de 52%
247 – Um estudo realizado pelo jornal O Globo, baseado em dados da Quaest, mostra que candidatos de direita estão à frente nas pesquisas eleitorais entre os evangélicos em 13 das 21 capitais brasileiras analisadas. Em outras seis capitais, candidatos de centro lideram, enquanto apenas em duas, João Pessoa e Curitiba, candidatos de esquerda aparecem empatados ou à frente, embora nenhum deles seja do PT, partido do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o levantamento da Quaest de julho, a rejeição ao presidente Lula entre os evangélicos é de 52%.
A pesquisa revela uma tendência de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro entre os evangélicos, que representou quase 70% dos votos desse grupo na última pesquisa Datafolha de 2022. No entanto, esse apoio não se traduz automaticamente em votos para os candidatos apoiados por ele nas eleições municipais. Em São Paulo, por exemplo, o empresário Pablo Marçal (PRTB) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) estão tecnicamente empatados na preferência geral, mas Marçal possui maior apoio entre os evangélicos, com 37% contra 26% de Nunes.
O prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB), lidera com grande margem tanto no segmento evangélico quanto na população em geral, com 94% e 91% das intenções de voto, respectivamente. Em contrapartida, em Belo Horizonte, o deputado estadual Mauro Tramonte, do Republicanos, apresenta uma vantagem de dez pontos percentuais entre os evangélicos em relação à sua liderança geral na disputa.
Em cidades como Maceió, Salvador e Boa Vista, os prefeitos apoiados por Bolsonaro também mostram melhor desempenho entre os evangélicos do que no eleitorado geral. No Recife e no Rio de Janeiro, os prefeitos João Campos (PSB) e Eduardo Paes (PSD), respectivamente, que são apoiados por Lula, lideram entre os evangélicos com suas gestões bem avaliadas.
O levantamento também destaca que a postura dos líderes religiosos varia, com alguns mantendo neutralidade e outros optando por apoiar candidatos específicos. Essa tendência sugere um cenário eleitoral onde a influência dos líderes evangélicos continua a ser um fator significativo, especialmente em um contexto onde a esquerda busca reconquistar esse eleitorado.
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