Segurança pública deve ser bandeira progressista, defende Fabiano Contarato
"Se a gente não pauta o tema segurança pública, a direita ou extrema-direita pauta da pior forma possível", avalia o senador
247 - O senador Fabiano Contarato (PT-ES), que atuou como delegado da Polícia Civil por 27 anos, afirma que o campo progressista brasileiro deve assumir a segurança pública como uma de suas bandeiras centrais. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Contarato argumenta que a ausência da esquerda nesse debate abre espaço para que setores conservadores tratem do assunto "da pior forma possível". Ele defende que o tema seja discutido de maneira realista, incluindo a participação de todas as esferas da sociedade civil, e ressalta que a segurança pública é um direito assegurado pela Constituição Federal, com responsabilidade direta do Estado.
Em sua atuação parlamentar, Contarato propôs projetos sobre o tema, como a ampliação do tempo máximo de internação de adolescentes em conflito com a lei, que passaria de três para cinco anos, e a liberação do porte de armas para agentes socioeducativos. Recentemente, ele também votou pelo fim das saídas temporárias de presos, as chamadas “saidinhas”, em datas comemorativas. Para ele, a "população não sente mais uma mera sensação de impunidade, mas uma certeza de impunidade", o que impulsiona o desejo por medidas mais rígidas na legislação. "Infelizmente, não vejo a segurança como bandeira no campo progressista, em particular do Partido dos Trabalhadores", diz Contarato. "Eu acho que se a gente não pauta o tema segurança pública, a direita ou extrema-direita pauta da pior forma possível".
Além das questões de segurança, Contarato reforça a necessidade de o campo progressista atrair jovens, mulheres e minorias para a participação política. Segundo ele, é essencial envolver todos os setores da sociedade, incluindo a população LGBTQIA+, pretos e pardos, para que o Congresso represente, de fato, a diversidade do povo brasileiro. Ele enfatiza que, sem essa inclusão, o Legislativo continuará sendo um espaço de representação de castas, e não da pluralidade nacional.
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