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'Temos que fazer da inteligência artificial uma fonte de gerar emprego', diz Lula

Presidente recebeu nesta terça o primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial e disse que discutirá o texto com ministros na semana que vem

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), no Espaço Brasil 21, em Brasília - DF (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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247 - O presidente Lula (PT) afirmou, durante a cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, nesta terça-feira (30), que o governo federal dará andamento ao primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). “A nossa inteligência artificial tem que ser inteligente, e a gente quer fazer dela uma fonte de gerar emprego nesse país. Que a gente forme milhões e milhões de jovens preparados para este debate”, disse o presidente depois de receber o PBIA.

“Eu fico muito assustado quando eu vejo matérias nos jornais dizendo ‘a inteligência artificial pode causar 16 milhões de desempregados’. Ora, se é para isso eu não quero. Que coisa é essa que é tão importante e vai causar problema para a sociedade?”, questionou.

“Em todo debate que eu vou, em toda reunião ministerial, em toda conversa que eu tenho os caras falavam em inteligência artificial. E eu fico pensando: se essa coisa é tão boa, por que é artificial? Por que é artificial se ela é controlada pela inteligência humana? No fundo é a inteligência humana que pode aperfeiçoá-la. Nada mais é do que a gente ter a capacidade de fazer a coletânea de todos os dados, e nós temos as big techs que fazem isso sem pedir licença, sem pagar imposto e ainda cobram dinheiro e ficam ricas por divulgarem coisas que não deveriam ser divulgadas. E eu fiquei pensando: será que nós, um país de 200 milhões de habitantes, que já completou 524 anos, que tem uma base intelectual respeitada no mundo, que tem um povo tão generoso, que vive em uma adversidade tão extraordinária, esse país não pode criar o seu mecanismo em vez de ficar esperando que a inteligência artificial venha da China, dos Estados Unidos, da Coreia do Sul, do Japão?”, ressaltou Lula. 

Ainda segundo ele, “o dia de hoje é o primeiro ato depois do meu pronunciamento e não poderia acontecer coisa melhor: depois do meu pronunciamento eu receber dos cientistas brasileiros uma proposta a ser discutida pelo governo mas acompanhada pelo Conselho de Ciência e Tecnologia, que vai acompanhar cada passo que o governo der. O que vocês apresentaram não pode ficar em uma gaveta. Na semana que vem já vou ter uma reunião com ministros para apresentar ao conjunto de ministros a nossa proposta de políticas de inteligência artificial que vocês nos entregaram. E a partir daí vamos tomar decisões para saber como é que a gente vai fazer essa coisa acontecer nesse país”.

Lula pediu, ainda, que a imprensa não trate o assunto como "uma coisa menor" e fez um desafio: "pegue os cientistas, convidem essa gente para debates em vez de ficar aqueles telejornais dando palpite sobre tudo". "Vamos discutir a inteligência artificial brasileira. Chamem os cientistas. Tem que preparar uma lista de 500 cientistas para dar para a imprensa. Aqui não falta cientista capaz de debater. Agora, por favor, não vá procurar um que não concorde, que é contra. Pelo menos faça um debate para que a gente possa mostrar o que vocês [cientistas] foram capazes de produzir. Eu espero que nesta semana tenha um debate sobre inteligência artificial para esse país saber o que estamos discutindo”. 

PBIA - O PBIA foi encomendado por Lula no início deste ano ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. O futuro da IA e as recomendações de novas políticas ligadas a essa tecnologia serão abordadas ao longo da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que dará destaque a temas urgentes, como mudanças climáticas, transição energética, financiamento da ciência, políticas de apoio à inovação nas empresas, transição demográfica e outros.

Serão mais de 50 sessões de debates, com nove agendas simultâneas por turno (manhã e tarde), além de sete plenárias. A previsão é que o encontro, que teve todas as vagas presenciais esgotadas, receberá até 2.200 participantes por dia, além de mais de 2.000 virtuais. 

O tema desta edição da conferência é “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”. Além do presidente, participaram da abertura a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, e o secretário-geral da conferência, Sérgio Rezende, além de outras autoridades. 

Outros ministros participarão de plenárias, como a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que falará sobre “oportunidades e desafios de desenvolvimento sustentável e inclusivo”; Nísia Trindade (Saúde); Camilo Santana (Educação); Flávio Dino (STF) e Jorge Messias (AGU). Ao longo dos três dias de evento, a conferência terá mais de 320 palestrantes, entre autoridades e gestores da área de CT&I, educação e áreas correlatas, reitores, especialistas, representantes de entidades e membros da sociedade civil.

O principal objetivo da conferência é construir a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será implementada até 2030, conforme decreto presidencial, e definir ações para os próximos anos com a contribuição de governo, cientistas, entidades e representantes da sociedade civil.

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