Rubens Paiva ainda não consta no Livro dos Heróis da Pátria

247 - A luta para homenagear o ex-deputado Rubens Paiva, morto sob tortura durante a ditadura militar em 1971, atravessa governos e legislaturas, mas continua paralisada no Congresso Nacional, relata Igor Gadelha, do Metrópoles. Desde 2011, diversos projetos de lei foram protocolados na Câmara dos Deputados para inscrever o nome de Paiva no Livro dos Heróis da Pátria, sem sucesso até o momento. 

O primeiro projeto com esse objetivo foi apresentado há 14 anos pelo então deputado Luiz Noé (PSB-RS). A proposta, no entanto, foi arquivada em 2015, sem avançar nas comissões. A recente comoção popular gerada pelo filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles e lançado em 2024, reacendeu o debate sobre a homenagem ao ex-parlamentar, conhecido por sua atuação em defesa da democracia e dos direitos humanos.

Em novembro de 2024, os deputados Josenildo Ramos (PT-BA) e Erika Kokay (PT-DF) protocolaram novos projetos de lei pedindo a inclusão de Rubens Paiva no Livro dos Heróis da Pátria. Contudo, as propostas seguem sem movimentação significativa, aguardando pareceres e, sobretudo, a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para serem pautadas no plenário. 

Além das iniciativas legislativas, também houve uma tentativa em 2014 de homenagear Rubens Paiva simbolicamente. O deputado Renato Simões (PT-SP) propôs a troca do nome da Ponte Rio-Niterói, que atualmente homenageia o marechal Costa e Silva, por "Ponte Rubens Paiva". A proposta gerou polêmica, mas acabou engavetada.

Enquanto a inclusão de Rubens Paiva no Livro dos Heróis da Pátria segue em espera, o filme de Walter Salles tem desempenhado um papel importante em manter viva a memória do ex-deputado. A obra, que detalha a trajetória de Paiva e o impacto de sua perda para a família, trouxe novamente à tona a importância de reparar simbolicamente os crimes do passado e reafirmar o compromisso com a democracia.