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    Campos Neto evitou investigação do governo sobre ter empresa offshore

    O presidente do BC estava na lista de um consórcio de mídia como dono de firma em paraíso fiscal por causa da Cor Assets, aberta por ele nas Ilhas Virgens com US$ 1 milhão

    Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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    247 - Uma liminar judicial favorável ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, impede a Comissão de Ética Pública, ligada à presidência da República, de julgar um processo que envolvia o fato de ele possuir empresa em paraíso fiscal. A comissão havia marcado o exame do processo, proveniente do escândalo dos Pandora Papers.

    O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (EUA) divulgou o nome de figurões que eram donos de firmas em paraíso fiscal, as chamadas offshores, em 2021. Campos Neto estava na lista por causa da Cor Assets, aberta por ele em 2004 nas Ilhas Virgens com US$ 1 milhão.

    À época, o dirigente do BC disse ter fechado a empresa em agosto de 2020. Segundo informações da revista Carta Capital, a defesa de Campos Neto afirmou que a Lei de Autonomia do BC, de 2021, blinda seu cliente deste escrutínio.

    Na comissão, há suspeita de que o presidente do BC descobriu de forma clandestina o conteúdo do relatório sobre o processo, informou a revista. A Advocacia Geral da União tenta, em nome da Comissão de Ética, derrubar a liminar. Recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1a Região.

    A alta do dólar, com valor de R$ 5,66 atualmente, beneficia quem mantém recursos no exterior. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, sinalizou que a instituição monetária não vai interferir no câmbio para controlar o preço da moeda norte-americana. O dirigente também vem mencionando a inflação como um dos motivos para não baixar os juros com mais velocidade. Os dois posicionamentos dele aumentam a especulação cambial, e estimula a desvalorização do real.

    Sobre os juros, quando o percentual fica alto, o crédito sobe, o povo tem menos dinheiro, e menos poder de compra. Se a porcentagem cai, a população tem mais crédito, mais pode aquisitivo, e os preços podem subir. Mas o Brasil fechou 2023 com IPCA de 4,62%, abaixo da meta - entre 1,75% e 4,75%.

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