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    Após sabotagem de Campos Neto, dólar dispara a R$ 5,66

    O Banco Central poderia usar reservas internacionais para conter a alta da moeda norte-americana, mas não o fez

    Roberto Campos Neto e dólar (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado | REUTERS/Dado Ruvic)

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    247 - O valor do dólar subiu a R$ 5,66 nesta terça-feira (2) devido à falta de ação do Banco Central, o que levou a moeda norte-americana às alturas em meio às especulações do mercado financeiro sobre um suposto risco fiscal. Presidido por Roberto Campos Neto, o BC poderia usar as reservas internacionais para conter a alta, mas não o fez. Elas foram acumuladas nos governos petistas e somam mais de US$ 350 bilhões.

    O presidente do BC tem se posicionado contra a uma possível intervenção da autoridade monetária no câmbio, o que aumenta as especulações financeiras em torno do real e, por consequência, estimula uma desvalorização da moeda brasileira. Se o real perde valor, sobe a inflação, e os preços dos produtos são um dos principais argumentos de Campos Neto para manter os juros em 10,50% ao ano. 

    Quando o percentual da Selic aumenta, o crédito fica mais caro, e as pessoas têm menos dinheiro para gastar. Neste contexto, a inflação não pode subir. No cenário atual, o custo dos produtos vendidos no Brasil já estão baixos, o que enfraquece o argumento de Campos Neto sobre a necessidade de manter juros altos para segurar a inflação. 

    O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, encerrou 2023 em 4,62%, de acordo com divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), colegiado ligado ao Ministério da Fazenda, para este ano era de uma inflação de 3,25%, mas com uma margem de tolerância que poderia ir de 1,5% até 4,75%.

    No mês passado, o Comitê de Política Monetária, ligado ao BC, manteve os juros em 10,50% ao ano. No começo das reduções, em agosto de 2023, a Selic estava em 13,75% ao ano. Desde então, o comitê vinha reduzindo a Selic no mesmo ritmo: 0,5 ponto percentual a cada encontro. Em maio, a porcentagem diminuiu apenas 0,25 p.p e, em junho, ficou no mesmo patamar.

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