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    Carrefour Brasil diz lamentar 'situação' e admite que boicote de frigoríficos 'impacta' clientes

    "Lamentamos profundamente a atual situação e reafirmamos nossa estima e confiança no setor agropecuário brasileiro", disse a rede varejista

    Fachada do Carrefour (Foto: REUTERS/Nacho Doce)

    247 - A filial brasileira do Carrefour se viu no centro de uma crise nesta segunda-feira (25/11), após o anúncio do CEO global da rede, Alexandre Bompard, que determinou o boicote à comercialização de carne produzida no Mercosul. Em comunicado, a varejista no Brasil lamentou o impacto da medida e reafirmou sua confiança no setor agropecuário nacional.

    “Lamentamos profundamente a atual situação e reafirmamos nossa estima e confiança no setor agropecuário brasileiro”, declarou a empresa, de acordo com o Metrópoles. 

    O Carrefour Brasil destacou que mantém uma relação sólida e de décadas com produtores locais, mas admitiu que a decisão da matriz francesa afeta diretamente os consumidores da rede. “Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”, acrescenta a nota.

    A decisão do CEO francês gerou indignação entre frigoríficos brasileiros, que imediatamente suspenderam o fornecimento de carne às lojas do Carrefour no Brasil, um movimento visto como uma retaliação direta. Apesar disso, o Carrefour Brasil assegurou que não há falta de carne nos supermercados do país e afirmou estar empenhado em restabelecer a boa relação com os fornecedores.

    “Há 50 anos temos construído e mantido uma excelente relação com nossos parceiros e fornecedores, pautada pela confiança mútua. Por isso, estamos em diálogo constante na busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível”, afirmou a empresa.

    O episódio repercutiu rapidamente no cenário político brasileiro. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comemorou a suspensão de fornecimento de carne por parte dos frigoríficos, classificando a decisão de Bompard como “um absurdo”.

    Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi além e propôs a adoção de medidas econômicas em retaliação à França. “Nos incomoda muito o protecionismo europeu, principalmente da França, contra o Brasil, que deverá ter, por parte do Congresso Nacional, em sua pauta, a lei da reciprocidade econômica entre países”, declarou Lira durante um evento promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

    A decisão de Alexandre Bompard foi comunicada em 20 de novembro, quando o CEO enviou uma carta ao sindicato agrícola francês FNSEA, comprometendo-se a não comercializar carne do Mercosul. O anúncio foi feito em meio à indignação de agricultores franceses com as negociações de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o bloco sul-americano.

    Bompard justificou o boicote alegando que a medida atende às preocupações dos agricultores na França, que temem prejuízos diante da concorrência de produtos sul-americanos.

    O Carrefour é atualmente o segundo maior grupo varejista da França, atrás apenas do E.Leclerc.

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