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      Cinco anos após início da pandemia, impactos econômicos da Covid-19 ainda são sentidos no mundo

      Planeta segue se adaptando às novas dinâmicas econômicas e sociais, com um futuro ainda incerto, mas moldado pelos aprendizados dos últimos cinco anos

      Pessoas caminhando com máscaras (Foto: Reuters/Brendan McDermid)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - Cinco anos depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a COVID-19 uma pandemia global, os efeitos econômicos da crise sanitária ainda moldam mercados e finanças ao redor do mundo. De acordo com reportagem especial da agência Reuters, o endividamento governamental atingiu níveis históricos, as dinâmicas do trabalho foram transformadas e o consumo digital se consolidou. A desigualdade econômica cresceu, enquanto mudanças nos hábitos de viagem e o trabalho remoto se firmaram como tendências permanentes.

      Dívida pública e inflação

      Para proteger economias e garantir a subsistência das populações durante os lockdowns, governos ao redor do mundo contraíram altos níveis de dívida, resultando em um aumento de 12 pontos percentuais na dívida global desde 2020. Esse endividamento, somado a pacotes de estímulo econômico e problemas na cadeia de suprimentos, impulsionou a inflação, que atingiu picos em 2022. Para conter a alta dos preços, bancos centrais elevaram as taxas de juros, tornando o custo dos empréstimos mais alto, especialmente para economias emergentes.

      A capacidade de pagamento dos países também foi afetada. De acordo com a Fitch Ratings, as notas de crédito soberano seguem abaixo dos níveis pré-pandemia, especialmente em economias menos desenvolvidas, onde os custos de empréstimos internacionais permanecem elevados.

      Mercado de trabalho e mudanças nos hábitos de consumo

      A pandemia provocou milhões de demissões, atingindo principalmente mulheres e populações de baixa renda, segundo o Banco Mundial. O mercado de trabalho se recuperou, mas com mudanças significativas, como o crescimento do setor de logística e delivery. A taxa de participação da força de trabalho global em 2023 foi de 61%, ligeiramente superior à de 2019.

      Outro efeito foi a amplificação da desigualdade. Enquanto após a crise de 2008 houve uma leve redução na concentração de renda, a pandemia reverteu essa tendência. Hoje, o 1% mais rico da população mundial detém uma fatia ainda maior da riqueza global do que antes da crise sanitária.

      Viagens e setor imobiliário

      Os hábitos de deslocamento também mudaram. O uso de transporte público em grandes cidades, como Londres, segue abaixo dos níveis pré-pandemia. A indústria aérea, que perdeu US$ 175 bilhões em 2020, voltou a crescer e espera registrar lucro líquido de US$ 36,6 bilhões em 2025, segundo a IATA, com um recorde de 5,2 bilhões de passageiros previstos.

      Hotéis, no entanto, continuam com tarifas elevadas, bem acima dos valores de 2019. Regiões como Oceania, América do Norte e Europa lideram as altas de preços. O setor imobiliário comercial também sente os efeitos das mudanças de comportamento: escritórios vazios são cada vez mais comuns nos grandes centros financeiros dos Estados Unidos e de outros países.

      Digitalização e mercado financeiro

      O confinamento acelerou a digitalização do consumo, impulsionando o e-commerce. Desde 2021, as compras online se estabilizaram em um patamar elevado, e, na Europa, o aumento do comércio digital foi acompanhado por investimentos na expansão de lojas físicas.

      Empresas do setor digital e de delivery experimentaram altos ganhos na pandemia, mas algumas perderam atratividade. No entanto, setores como o de vacinas e investimentos digitais continuam fortes. O Bitcoin, por exemplo, cresceu 1.233% desde 2019, impulsionado por investidores em busca de segurança em tempos de volatilidade.

      A pandemia também impulsionou o mercado de investimentos individuais. Plataformas como Robinhood se popularizaram, tornando o investimento em ações mais acessível. Em 2021, houve um boom de "meme stocks", com investidores individuais movendo bilhões no mercado.

      O futuro pós-pandemia

      Embora o impacto imediato da pandemia tenha passado, suas consequências continuam a moldar a economia global. O endividamento público, as taxas de juros elevadas e as transformações no mercado de trabalho são desafios duradouros. O mundo segue se adaptando às novas dinâmicas econômicas e sociais, com um futuro ainda incerto, mas moldado pelos aprendizados dos últimos cinco anos.

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