Com mercado agitado, dólar engata alta e supera R$ 5,40
Dólar sobe em meio à derrota do governo federal em seus esforços para compensar a desoneração da folha de pagamentos
Por Felipe Moreira, Infomoney - O dólar voltou a subir forte ante o real nesta quarta-feira (12) e superar os R$ 5,40, agora com foco no cenário político nacional, em meio a derrota do governo em seus esforços para compensar a desoneração da folha de pagamentos.
Segundo reportagem do G1, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, sofre um ataque especulativo, a céu aberto, celebrado pela oposição, e gestado dentro do Palácio do Planalto.
Os Congressistas já recusaram três saídas apontadas pela Fazenda para reorganizar a arrecadação: a reoneração, a retomada de taxas sobre os municípios e, agora, uma nova formatação para o uso de créditos do Pis/Cofins.
Diante disso, Haddad afirmou na véspera (11) que a equipe econômica do governo não tem alternativas para fazer frente à renúncia fiscal de R$ 25 bilhões com as iniciativas.
Ainda em destaque, segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a alta do dólar também foi puxada pelo discurso do presidente Lula em um fórum que reúne representantes do Brasil e Arábia Saudita.
“Embora seja difícil precisar exatamente o que foi mal recebido, ao que parece, frase do Lula em que atribuía que o aumento da arrecadação e queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público foi particularmente mal recebida. Na frase ele indica que há uma perspectiva de redução do déficit primário no Brasil ou do déficit público no Brasil, porém ele atribui a possibilidade da queda desse déficit primariamente ao aumento da arrecadação. Ele, por exclusão, acaba deixando de fora o lado do controle de gastos públicos, que é a parte que os investidores mais se preocupam no momento, ou seja, de que o governo está buscando o equilíbrio das contas públicas aumentando gastos e aumentando mais ainda a arrecadação”, avalia Mattos.
Enquanto isso, investidores a decisão de política monetária do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), às 15h (horário de Brasília).
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 9h43, o dólar à vista subia 1,11%, a R$ 5,419 na compra e R$ 5,420 na venda. Já o contrato futuro de primeiro vencimento subia 0,65%, aos 5.415 pontos.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,3597 na venda, em leve alta de 0,06%, no maior valor de fechamento desde 4 de janeiro de 2023.
O Banco Central fará neste pregão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2024.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,419
- Venda: R$ 5,420
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,384
- Venda: R$ 5,564
O que acontece com a moeda lá fora?
Lá fora, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos ficou estável (0,0%) em maio, após alta de 0,3% em abril, segundo dados com ajuste sazonal divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Departamento do Trabalho americano. Ante maio do ano passado, a inflação foi de 3,3%, após ter ficado em 3,4% no mês anterior.
Os dados de maio vieram abaixo do esperado, uma vez que o consenso LSEG de analistas projetava variação de +0,1% na leitura mensal e inflação de 3,4% na base anual.
O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de preços de alimentos e energia, teve alta mensal de 0,2%, após subir 0,3% em abril. O avanço anual nessa leitura foi de 3,4%, após alta de 3,6% no mês anterior.
O mercado ainda espera que a autoridade monetária americana mantenha os juros no intervalo de 5,25% a 5,5%. Com isso, o foco se desloca para a coletiva de imprensa de Jerome Powell, presidente do Fed, logo após a publicação da decisão de política monetária.
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