Dilma critica dependência do dólar e defende papel do Estado na economia
Presidente do Banco do Brics também alertou contra o protecionismo no comércio internacional e pediu mais políticas de industrialização para o Brasil
247 - A ex-presidente do Brasil e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do Brics, Dilma Rousseff, fez uma série de declarações críticas ao crescente protecionismo no comércio internacional e à política de financiamento internacional, que impõe restrições aos países em desenvolvimento.
Ela também criticou o uso dominante do dólar no comércio internacional. “Há uma dicotomia, que é o fato de o dólar ser uma moeda doméstica, nacional, e cumprir um papel de reserva internacional”, afirmou Dilma Ela discursou durante a abertura do “States of the Future”, evento paralelo do G20. As declarações foram citadas pelo Valor Econômico.
“Essas contradições aumentaram o descasamento de redução de riscos praticadas pelos Estados Unidos e pela Europa, produzindo um protecionismo nunca antes visto [para as nações desenvolvidas]”.
Rousseff ressaltou que o aumento da dívida externa está restringindo o espaço fiscal dos países e dificultando o acesso a financiamentos: “Não só é crescente o volume da dívida externa, o que reduz o espaço fiscal dos países, como vem se tornando ainda mais difícil, ou impossível para alguns países, conseguir financiamento acessível devido às restrições ou à falta de liquidez no mercado internacional”.
Dilma defendeu a necessidade de uma mudança na estrutura econômica do Brasil e do Sul Global: “O Brasil não pode se manter como ‘mero exportador de commodities e mero consumidor dos benefícios da 4ª Revolução Industrial’”. Ela também criticou o “pensamento único” que opõe Estado e mercado, argumentando que as economias desenvolvidas têm adotado políticas para promover sua industrialização:
“O denominado pensamento único, que construiu uma falsa oposição entre Estado e mercado e impôs ao Sul Global o preconceito contra a atuação do Estado, vem sendo questionado pela própria atuação das economias desenvolvidas, que têm adotado políticas para fazer desenvolver sua própria industrialização”.
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