Dono da Paper Excellence é convocado pelo parlamento canadense para explicar ligação com empresa acusada de destruição ambiental
Convocação foi proposta por Charlie Angus, do Novo Partido Democrático, que questionou as relações entre a Paper Excellence e a Asia Pulp and Paper
247 - O parlamento canadense convocou nesta segunda-feira (2) o empresário indonésio Jackson Wijaya, proprietário da maior empresa de celulose e papel do Canadá, a Paper Excellence, a depor no comitê de recursos naturais. A decisão ocorre após a notícia de que Wijaya assumiu o controle exclusivo da Asia Pulp and Paper (APP), gigante da indústria com um histórico ambiental controverso, herdando a empresa de seu pai, Teguh Ganda Wijaya. As informações são da CBC.
Críticas sobre impacto ambiental - A convocação foi proposta por Charlie Angus, deputado do Novo Partido Democrático, que questionou as relações entre a Paper Excellence e a APP, descritas por ele como um "cavalo de Troia" que facilitou a entrada da família Wijaya no mercado florestal canadense. A APP é amplamente criticada por destruição ambiental em larga escala na Indonésia, o que lhe custou certificações internacionais.
“Se soubéssemos que a Paper Excellence era uma fachada para a Asia Pulp and Paper, ou para a família Wijaya, jamais teríamos permitido que eles assumissem operações florestais no Canadá”, declarou Angus. “A Asia Pulp and Paper tem um histórico ambiental notório”.
A Paper afirma não ter relação com a APP.
Esta não é a primeira vez que o Parlamento tenta ouvir Wijaya. Em 2022, ele alegou falta de tempo e enviou executivos da empresa em seu lugar. Angus deixou claro que está disposto a emitir uma intimação caso Wijaya se recuse novamente, embora reconheça os limites das leis canadenses para compelir testemunhas fora do país.
No Brasil - A Paper Excellence também está sob monitoramento das autoridades brasileiras devido à disputa pelo controle da Eldorado Brasil Celulose. Detentora de 49,41% do capital desde 2017, a Paper Excellence foi proibida pelo Cade de exercer direitos políticos como acionista minoritária, após alegações de que estaria prejudicando o mercado de celulose e a própria Eldorado.
A transferência de controle acionário também enfrenta oposição do Incra por violar leis sobre a posse de grandes áreas de terras por estrangeiros, que somam mais de 400 mil hectares, superando o tamanho combinado das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
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