247 – Organizações de defesa do meio ambiente e da conservação da natureza pedem que os governos do Canadá e dos Estados Unidos investiguem de forma rigorosa a fusão entre a gigante Asia Pulp &amp; Paper e a empresa Paper Excellence, pertencente ao empresário sino-indonésio Jackson Wijaya. A demanda, <a href="https://www.halifaxexaminer.ca/economy/business-and-development/groups-call-on-canadian-and-u-s-governments-to-investigate-merger-of-asia-pulp-paper-and-jackson-wijayas-paper-excellence/">noticiada originalmente pelo Halifax Examiner</a>, reúne vozes de várias entidades que alertam para impactos ambientais, econômicos e regulatórios dessa transação. As duas empresas sempre foram ligadas, mas este vínculo era formalmente negado por Jackson Wijaya, empresário que, no Brasil, disputa o controle da Eldorado Papel e Celulose e manteve ligações estreitas com a extrema-direita, como na foto com o deputado Eduardo Bolsonaro, em que entregou a ele um cheque fictício sobre investimentos.
Segundo a <a href="https://www.halifaxexaminer.ca/economy/business-and-development/groups-call-on-canadian-and-u-s-governments-to-investigate-merger-of-asia-pulp-paper-and-jackson-wijayas-paper-excellence/">reportagem do Halifax Examiner</a>, a carta assinada por grupos renomados como David Suzuki Foundation, Environmental Paper Network, Greenpeace Canada, Nature Canada, Nature Nova Scotia, Natural Resources Defense Council, Ontario Nature, Rainforest Action Network, Sierra Club, Wilderness Committee e Wildlands League solicita atenção especial das autoridades para possíveis implicações desse processo, uma vez que a APP possui um histórico extremamente negativo em questões relacionadas ao meio ambiente e aos direitos humanos.
As organizações ressaltam a importância de garantir a transparência das operações e de preservar áreas sensíveis, evitando que a fusão resulte em exploração excessiva de recursos florestais, degradação ambiental ou práticas contrárias ao interesse público.
A preocupação principal gira em torno da atuação global dessas companhias, que controlam cadeias de produção de papel e celulose e exercem influência significativa sobre mercados e ecossistemas. A fusão, segundo as ONGs, necessita de análise detalhada de possíveis impactos sobre comunidades locais, habitats naturais e a própria dinâmica do setor, incluindo preços, políticas de uso da terra e obrigações legais.
A carta aberta, destinada aos governos do Canadá e dos EUA, salienta que, sem a devida fiscalização, a consolidação de gigantes do setor pode comprometer metas de conservação, competitividade de mercado e esforços internacionais de proteção ao meio ambiente. 
Além disso, no início de dezembro, o parlamento canadense convocou Jackson Wijaya a depor no comitê de recursos naturais. A convocação foi proposta por Charlie Angus, deputado do Novo Partido Democrático, que questionou as relações entre a Paper Excellence e a APP, descritas por ele como um "cavalo de Troia" que facilitou a entrada da família Wijaya no mercado florestal canadense. A APP é amplamente criticada por destruição ambiental em larga escala na Indonésia, o que lhe custou certificações internacionais. “Se soubéssemos que a Paper Excellence era uma fachada para a Asia Pulp and Paper, ou para a família Wijaya, jamais teríamos permitido que eles assumissem operações florestais no Canadá”, declarou Angus. 
A questão brasileira
A Paper Excellence também está sob monitoramento das autoridades brasileiras devido à disputa pelo controle da Eldorado Brasil Celulose. Detentora de 49,41% do capital desde 2017, a Paper Excellence foi proibida pelo Cade de exercer direitos políticos como acionista minoritária, após alegações de que estaria prejudicando o mercado de celulose e a própria Eldorado. A transferência de controle acionário também enfrenta oposição do Incra por violar leis sobre a posse de grandes áreas de terras por estrangeiros, que somam mais de 400 mil hectares, superando o tamanho combinado das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Em entrevista à TV 247, o deputado canadense Charlie Angus alertou para os riscos que a empresa representa:
<div class="embed-block"><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/YgY15x1R2zc?si=g8p8AkZm_U-4gHHu" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" referrerpolicy="strict-origin-when-cross-origin" allowfullscreen></iframe></div>

Redação Brasil 247

original

1250x600

610x380

1280x490

300x400

500x240

321x200

square

360x640

320x320

thumbnail

viewImage

Meio Ambiente

Entidades ambientais pressionam Canadá e EUA a investigar a Paper Excellence

247 - Em entrevista à TV 247, o deputado canadense Charlie Angus, do New Democratic Party, fez sérias acusações contra a empresa de papel e celulose Paper Excellence, destacando suas conexões com a gigante Asia Pulp and Paper (APP). Segundo ele, a expansão agressiva da empresa no Canadá e suas tentativas de adquirir grandes ativos no Brasil são motivo de grave preocupação para autoridades ambientais e reguladores de mercado.
Angus explicou que a Paper Excellence entrou no mercado canadense em 2007, inicialmente sem levantar suspeitas. Contudo, a aquisição de grandes ativos locais e a forte concentração de florestas públicas em suas mãos despertaram sinais de alerta. "Quando eles começaram a adquirir muitas das principais empresas canadenses de papel e celulose, os alertas começaram a soar", afirmou.
<h3>Conexões com a Asia Pulp and Paper</h3>
Apesar de a Paper Excellence alegar operar de forma independente, documentos revelaram que seu proprietário, Jackson Wijaya, assumiu o controle exclusivo da Asia Pulp and Paper. Para Angus, essa conexão deveria ter barrado a entrada da empresa no Canadá: "De jeito nenhum uma empresa como a APP teria passado nos testes regulatórios canadenses devido às graves alegações de práticas ambientais ilegais na Indonésia."
A aprovação pelo governo canadense foi descrita como "ingênua". Angus criticou duramente a administração do primeiro-ministro Justin Trudeau por ignorar provas de que decisões empresariais eram tomadas em Xangai, com claros conflitos de interesse. Segundo ele, "o governo optou por acreditar na palavra da empresa, ignorando documentos que ligavam a Paper Excellence à Asia Pulp and Paper".
<h3>Denúncias de violações ambientais</h3>
Angus também mencionou uma grave disputa judicial na província de Nova Escócia envolvendo a planta industrial da Northern Pulp, de propriedade da Paper Excellence. "A operação foi fechada por graves violações ambientais", afirmou, ressaltando que a empresa enfrenta litígios devido à contaminação de terras e água.
Ele destacou que a falta de transparência e a recusa de Wijaya em depor perante o Parlamento canadense são fatores preocupantes. "Se ele controla uma parte tão grande das nossas florestas, por que se recusa a testemunhar?", questionou Angus. "Se fossem uma empresa honesta e transparente, teriam dito a verdade desde o início."
<h3>Expansão para o Brasil: um alerta para reguladores</h3>
A Paper Excellence também tenta expandir suas operações no Brasil, buscando adquirir a Eldorado Papel e Celulose, uma das maiores produtoras do país. Se a negociação for concluída, a empresa controlará mais de 400 mil hectares de terras brasileiras — uma área maior do que as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas.
Para o deputado canadense, os reguladores brasileiros devem agir com extrema cautela. "É crucial que eles examinem cuidadosamente a estrutura corporativa da empresa e investiguem quem realmente a controla", advertiu. "É seguro para o futuro do Brasil permitir que uma única família tenha tanto controle sobre suas florestas e sua produção florestal?"
<h3>Investigações e próximos passos</h3>
Diante das preocupações levantadas, o Parlamento canadense solicitou novamente que Jackson Wijaya compareça para prestar depoimento. Caso ele se recuse novamente, Angus afirma que insistirá na emissão de uma intimação formal.
"Precisamos de respostas agora", declarou Angus, afirmando que continuará lutando para proteger o meio ambiente e as comunidades afetadas pela atuação da empresa. "Se a Paper Excellence não tem nada a esconder, por que tanto silêncio?" concluiu.
A expansão da Paper Excellence levanta questões fundamentais sobre regulação, transparência e sustentabilidade em uma indústria globalizada e cada vez mais concentrada nas mãos de poucos grupos econômicos. Assista:&nbsp;
<div class="embed-block"><div><div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 56.25%;"><iframe src="//cdn.iframe.ly/api/iframe?url=https%3A%2F%2Fyoutu.be%2FYgY15x1R2zc%3Fsi%3DZcMHF9UY984h7x1v&key=87ca3314a9fa775b5c3a7726100694b0" style="top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute; border: 0;" allowfullscreen scrolling="no" allow="accelerometer *; clipboard-write *; encrypted-media *; gyroscope *; picture-in-picture *; web-share *;"></iframe></div></div></div>
&nbsp;

Dafne Ashton

Entrevistas

"É seguro para o Brasil?" , pergunta Charlie Angus sobre a expansão da Paper Excellence e seus riscos ambientais e econômicos

247 – Em entrevista exclusiva à TV 247, conduzida pelo correspondente internacional Pedro Paiva, o deputado canadense Charlie Angus, do New Democratic Party, fez sérias advertências sobre as práticas corporativas da Paper Excellence, gigante do setor de papel e celulose controlada pelo empresário sino-indonésio Jackson Wijaya. Angus revelou como a empresa utilizou estratégias questionáveis para expandir seu domínio no mercado florestal canadense e alertou sobre os riscos que essa expansão pode representar ao Brasil.
"Se soubéssemos da ligação direta da Paper Excellence com a Asia Pulp and Paper (APP), essa operação nunca teria sido aprovada no Canadá", afirmou Angus. Segundo o parlamentar, há provas contundentes de que a Paper Excellence funciona como uma fachada para os interesses da APP, controlada pela família Wijaya, baseada em Xangai. A APP possui um histórico de devastação ambiental e desrespeito aos direitos humanos.
Estratégias corporativas e falhas de regulação no Canadá
Charlie Angus descreveu como a empresa conseguiu enganar as autoridades canadenses, acumulando vastos ativos florestais e consolidando uma posição dominante no setor. "Eles convenceram o governo de que operavam de forma independente, mas admitiram aos reguladores europeus que a APP e a Paper Excellence são, essencialmente, a mesma empresa", disse.
O parlamentar criticou o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau por aprovar as operações sem realizar uma investigação aprofundada. "Nosso governo foi incrivelmente ingênuo. As conexões entre essas empresas estavam evidentes, mas foram ignoradas. Isso não pode se repetir no Brasil."
Impactos ambientais e sociais
Angus também mencionou graves preocupações ambientais e violações de direitos humanos associadas à APP, incluindo a perda de licenças de certificação florestal por más práticas. No Canadá, uma unidade da empresa foi fechada por violações ambientais, o que levou a disputas judiciais em andamento.
"É alarmante que decisões sobre nossas florestas estejam sendo tomadas a partir de Xangai. Isso coloca em risco nossa soberania sobre os recursos naturais e expõe trabalhadores e comunidades a interesses corporativos que priorizam lucro acima de tudo", ressaltou.
A expansão para o Brasil
No Brasil, a Paper Excellence busca adquirir o controle da Eldorado Papel e Brasil, uma das maiores produtoras de celulose do país. Caso a aquisição seja aprovada, a empresa controlará mais de 400 mil hectares de terras brasileiras, área superior à soma das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
"Essa aquisição representa uma questão crítica de antitruste. O Brasil precisa investigar profundamente a estrutura corporativa desse grupo e decidir se é prudente entregar tanto controle sobre suas florestas a uma empresa ligada a práticas questionáveis em outras partes do mundo", alertou Angus.
Convocação parlamentar e pedidos de explicações
Charlie Angus também criticou a falta de transparência de Jackson Wijaya, que se recusou a comparecer a uma comissão parlamentar canadense para esclarecer as práticas de sua empresa. "Se ele é um cidadão corporativo responsável, por que não se apresenta para responder às nossas perguntas? Isso só reforça nossas preocupações."
O deputado defendeu a importância de investigações rigorosas e de regulações mais robustas para proteger os interesses nacionais. "O povo brasileiro deve aprender com nossos erros. Não subestimem os riscos de permitir que essa empresa domine o mercado e controle vastos recursos naturais do Brasil."
A entrevista com Charlie Angus expõe uma rede de práticas corporativas que desafiam regulações internacionais e levanta questões sobre sustentabilidade e soberania. O alerta do deputado canadense é um convite ao Brasil para agir com cautela e rigor diante da possível expansão da Paper Excellence no país. Assista a íntegra:
<div class="embed-block"><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/YgY15x1R2zc?si=hBXz5YsAgzyTT8si" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" referrerpolicy="strict-origin-when-cross-origin" allowfullscreen></iframe></div>

Economia

“Paper Excellence representa um grande risco para o Brasil”, alerta deputado canadense à TV 247

247 – O Conselho de Manejo Florestal (FSC, na sigla em inglês) emitiu um comunicado oficial detalhando as implicações da mudança de controle da Asia Pulp and Paper (APP), que passará a ser propriedade de Jackson Wijaya, também controlador do Domtar Group, que controla a Paper Excellence. A APP foi desassociada do FSC em 2007 devido à conversão de florestas naturais em plantações, prática que violava a Política de Associação da entidade. A <a href="https://www.pulpandpapercanada.com/fsc-issues-statement-on-app-moving-under-ownership-of-jackson-wijaya-the-current-owner-of-the-domtar-group/">informação foi divulgada pelo portal Pulp and Paper Canada</a>.
O FSC destacou que a mudança de propriedade exigirá uma análise minuciosa. “Estamos avaliando as possíveis consequências dessa mudança para nossa Política de Associação. Um rigoroso exame jurídico das conexões entre as empresas será conduzido para garantir a aplicação consistente das nossas normas”, afirma o comunicado. A prioridade será assegurar que as diretrizes de sustentabilidade sejam respeitadas, como ocorreu em casos anteriores de fusões e aquisições.
<h3>O que é o FSC e por que sua certificação importa</h3>
O FSC é uma organização internacional sem fins lucrativos fundada em 1993 para promover o manejo responsável das florestas do mundo. Por meio de um rigoroso sistema de certificação, o FSC garante que produtos derivados de madeira, como papel e móveis, sejam fabricados de forma sustentável, respeitando critérios ambientais, sociais e econômicos. A certificação do FSC é amplamente reconhecida globalmente e adotada por empresas e consumidores comprometidos com práticas responsáveis.
A Política de Associação do FSC estabelece seis atividades consideradas inaceitáveis, incluindo o desmatamento, a conversão de florestas naturais em plantações e a violação de direitos humanos – práticas associadas à APP, que pertence a Jackson Wijaya. Empresas associadas ao FSC devem evitar essas práticas em todas as suas operações, sejam certificadas ou não.
Para consumidores e empresas, o selo FSC é sinônimo de garantia de que o produto adquirido apoia a preservação florestal e o desenvolvimento sustentável. O Conselho certifica atualmente mais de 230 milhões de hectares de florestas em mais de 80 países, abrangendo uma ampla rede de stakeholders. A APP perdeu sua associação ao FSC em 2007, mas iniciou um processo de diálogo em 2013 para resolver os impactos negativos de suas ações passadas – o que ainda não foi solucionado.
Impactos da nova configuração acionária
A consolidação do controle da APP e Domtar Group por Jackson Wijaya levanta questionamentos sobre o alinhamento das operações de ambas as empresas com os rigorosos critérios do FSC. E “O FSC investirá os recursos necessários para resolver este caso como uma prioridade”, assegura o comunicado. A decisão final poderá estabelecer um precedente importante sobre como o Conselho trata casos de fusões e aquisições no setor florestal, reafirmando seu compromisso com práticas responsáveis e o manejo sustentável.
No Brasil, a Paper Excellence disputa o controle da Eldorado Celulose com o grupo J&amp;F e foi impedida pelo Cade de exercer direitos políticos por estar usando seu poder de voto para supostamente minar a competição no setor.&nbsp;

Dona da Paper Excellence pode perder certificações ambientais após assumir vínculo com empresa notória por desmatamento ilegal

247 – O <a href="https://www.greenpeace.org/canada/en/press-release/67730/greenpeace-canada-reaction-to-jackson-wijaya-becoming-the-beneficial-owner-of-both-domtar-formerly-paper-excellence-and-asia-pulp-and-paper/">Greenpeace no Canadá</a> criticou duramente a recente confirmação de que Jackson Wijaya, empresário indonésio e herdeiro do conglomerado Asia Pulp and Paper (APP), assumiu o controle exclusivo tanto da APP quanto da Paper Excellence, maior empresa de celulose e papel do Canadá. Em <a href="https://www.greenpeace.org/canada/en/press-release/67730/greenpeace-canada-reaction-to-jackson-wijaya-becoming-the-beneficial-owner-of-both-domtar-formerly-paper-excellence-and-asia-pulp-and-paper/">comunicado</a>, Priyanka Vittal, conselheira jurídica da ONG, afirmou: “A relação entre a Paper Excellence e a APP, amplamente negada pela empresa, tornou-se inegável com essa transação. Isso é extremamente preocupante, dado o histórico ambiental e de direitos humanos da APP. Estamos falando de uma família com um passado notoriamente destrutivo que agora controla 22 milhões de hectares de florestas canadenses”.
A Paper Excellence, que recentemente se reestruturou sob a marca Domtar, tornou-se o maior conglomerado de exploração madeireira no Canadá, movimento que, segundo Vittal, ocorreu “sob o olhar permissivo do governo e do órgão de concorrência, comprometendo não apenas a economia, mas também as florestas e as comunidades que delas dependem”.
Parlamento convoca Jackson Wijaya para esclarecimentos
O Parlamento canadense, reagindo às denúncias e ao histórico controverso da APP, <a href="https://www.brasil247.com/economia/dono-da-paper-excellence-e-convocado-pelo-parlamento-canadense-para-explicar-ligacao-com-empresa-acusada-de-destruicao-ambiental">convocou Jackson Wijaya a depor no Comitê de Recursos Naturais</a>. Charlie Angus, deputado do Novo Partido Democrático, destacou que a ligação entre a APP e a Paper Excellence foi deliberadamente ocultada. “Se soubéssemos que a Paper Excellence era uma fachada para a Asia Pulp and Paper, ou para a família Wijaya, jamais teríamos permitido que eles assumissem operações florestais no Canadá”, afirmou.
A APP, controlada por Wijaya, é amplamente criticada por práticas de desmatamento em larga escala na Indonésia, que resultaram na perda de certificações internacionais. Angus chamou o grupo de "cavalo de Troia" e indicou que o Parlamento não hesitará em emitir uma intimação caso Wijaya se recuse a comparecer, como fez em 2022, quando enviou representantes em seu lugar.
Impactos no Brasil
Além das controvérsias no Canadá, a Paper Excellence enfrenta problemas no Brasil. Detentora de 49,41% do capital da Eldorado Brasil Celulose desde 2017, a empresa está proibida pelo Cade de exercer direitos políticos na companhia devido a acusações de práticas anticompetitivas. O Incra também questiona a aquisição, alegando que a posse de mais de 400 mil hectares de terras por estrangeiros viola a legislação brasileira.
A pressão internacional sobre Wijaya e seu conglomerado expõe não apenas riscos ambientais, mas também a necessidade de maior transparência e controle sobre o setor florestal em escala global.

Greenpeace denuncia manobras da Paper Excellence para ludibriar autoridades no Canadá

247 - O parlamento canadense convocou nesta segunda-feira (2) o empresário indonésio Jackson Wijaya, proprietário da maior empresa de celulose e papel do Canadá, a Paper Excellence, a depor no comitê de recursos naturais. A decisão ocorre após a notícia de que Wijaya assumiu o controle exclusivo da Asia Pulp and Paper (APP), gigante da indústria com um histórico ambiental controverso, herdando a empresa de seu pai, Teguh Ganda Wijaya. As informações são da <a href="https://www.cbc.ca/news/politics/paper-excellence-domtar-wijaya-1.7398885">CBC</a>.&nbsp;
Críticas sobre impacto ambiental - A convocação foi proposta por Charlie Angus, deputado do Novo Partido Democrático, que questionou as relações entre a Paper Excellence e a APP, descritas por ele como um "cavalo de Troia" que facilitou a entrada da família Wijaya no mercado florestal canadense. A APP é amplamente criticada por destruição ambiental em larga escala na Indonésia, o que lhe custou certificações internacionais.
“Se soubéssemos que a Paper Excellence era uma fachada para a Asia Pulp and Paper, ou para a família Wijaya, jamais teríamos permitido que eles assumissem operações florestais no Canadá”, declarou Angus. “A Asia Pulp and Paper tem um histórico ambiental notório”.
A Paper afirma não ter relação com a APP.
Esta não é a primeira vez que o Parlamento tenta ouvir Wijaya. Em 2022, ele alegou falta de tempo e enviou executivos da empresa em seu lugar. Angus deixou claro que está disposto a emitir uma intimação caso Wijaya se recuse novamente, embora reconheça os limites das leis canadenses para compelir testemunhas fora do país.
No Brasil - A Paper Excellence também está sob monitoramento das autoridades brasileiras devido à disputa pelo controle da Eldorado Brasil Celulose. Detentora de 49,41% do capital desde 2017, a Paper Excellence foi proibida pelo Cade de exercer direitos políticos como acionista minoritária, após alegações de que estaria prejudicando o mercado de celulose e a própria Eldorado.&nbsp;
A transferência de controle acionário também enfrenta oposição do Incra por violar leis sobre a posse de grandes áreas de terras por estrangeiros, que somam mais de 400 mil hectares, superando o tamanho combinado das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Dono da Paper Excellence é convocado pelo parlamento canadense para explicar ligação com empresa acusada de destruição ambiental

247 – O empresário Jackson Wijaya, proprietário da empresa canadense de papel e celulose Paper Excellence, está no centro de um escândalo internacional por enganar as autoridades antitruste do Canadá. A denúncia foi revelada por uma <a href="https://www.icij.org/investigations/deforestation-inc/owner-of-canadas-largest-pulp-and-paper-company-to-take-over-controversial-asian-conglomerate/">investigação conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos</a> (ICIJ), em parceria com veículos internacionais, que apontou irregularidades na relação da empresa com os conglomerados asiáticos Sinar Mas Group e Asia Pulp and Paper.
A investigação revelou que a Paper Excellence, que disputa no Brasil o controle da Eldorado Papel e Celulose, está assumindo o controle da Asia Pulp and Paper (APP), uma das maiores fabricantes de celulose e papel do mundo e notória por suas práticas de desmatamento em larga escala e violações de direitos humanos. Autoridades canadenses foram levadas a acreditar que a Paper Excellence era uma entidade independente, o que facilitou a aprovação de aquisições que transformaram a empresa na maior produtora de celulose e papel do Canadá.
Nos últimos anos, Jackson Wijaya sempre negou qualquer vínculo societário com a Asia Pulp and Paper, <a href="https://blogpaperexcellence.com.br/jackson-wijaya/">inclusive na página oficial da empresa</a>, como estratégia para facilitar sua entrada no Canadá e em outros mercados que zelam pela defesa da concorrência e do meio ambiente. No entanto, em novembro deste ano, a Paper Excellence comunicou autoridades internacionais que Jackson Wijaya estava se tornando o controlador de fato da APP. O comunicado formal às autoridades da União Europeia ocorreu no último dia 15 de novembro.
“Fomos feitos de otários”, diz regulador canadense
As revelações provocaram forte reação de autoridades no Canadá. Charlie Angus, parlamentar do Novo Partido Democrático (NDP), não economizou críticas ao comentar o caso: “Fomos feitos de otários”. A declaração, <a href="https://www.cbc.ca/news/business/paper-excellence-app-jacson-wijaya-takeover-1.7390353">publicada pela CBC News</a>, reflete o sentimento de indignação em relação ao processo de aprovação das operações da Paper Excellence, que, segundo as investigações, foram baseadas em informações enganosas fornecidas pela empresa.
Angus destacou a necessidade de uma revisão urgente dos processos regulatórios para impedir que situações semelhantes ocorram no futuro. “As evidências mostram que há uma relação obscura que nunca foi revelada, e isso nos coloca em uma posição vergonhosa”, acrescentou.
A investigação do ICIJ também revelou que a Paper Excellence utiliza um esquema de controle baseado em empréstimos financeiros e alianças estratégicas que garantem, na prática, a influência direta do Sinar Mas Group sobre a companhia canadense. A conexão entre a Paper Excellence e o Sinar Mas, por meio da APP, levanta preocupações não apenas sobre desmatamento, mas também sobre o desrespeito aos direitos humanos em áreas de atuação dessas empresas.
No Brasil, o Cade está atento às manobras da Paper
No Brasil, a Paper Excellence também está no radar das autoridades. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou recentemente a <a href="https://www.brasil247.com/economia/cade-retira-os-poderes-da-paper-excellence-na-eldorado">retirada dos poderes administrativos da empresa sobre a Eldorado Brasil</a>, fabricante de celulose cujo controle acionário pertence ao grupo J&amp;F. A decisão veio após denúncias de que a Paper Excellence estaria realizando manobras para descumprir o acordo de controle estipulado com o Cade.
A disputa envolve uma batalha judicial entre a Paper Excellence e o grupo J&amp;F. O Cade identificou sinais de abuso e decidiu suspender as operações da Paper Excellence no controle administrativo da Eldorado, medida que reforça a preocupação com as práticas da companhia em diferentes mercados.
Este caso ocorrido no Canadá, amplamente documentado pelo ICIJ, expõe não apenas a fragilidade dos mecanismos de regulação antitruste no país, mas também as implicações globais do desmatamento vinculado às operações de gigantes corporativos como a Asia Pulp and Paper. A Paper Excellence e Jackson Wijaya ainda não responderam às novas acusações levantadas. A <a href="https://www.icij.org/investigations/deforestation-inc/owner-of-canadas-largest-pulp-and-paper-company-to-take-over-controversial-asian-conglomerate/">matéria completa</a> do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, com detalhes da investigação e documentos obtidos, está disponível <a href="https://www.icij.org/investigations/deforestation-inc/owner-of-canadas-largest-pulp-and-paper-company-to-take-over-controversial-asian-conglomerate/">aqui</a>.
O comunicado da Paper ao Cade no Brasil
Há poucos dias, representantes da Paper Excellence, informaram ao Cade que o empresário Jackson Wijaya recebeu as ações da Asia Pulp &amp; Paper (APP) doadas em vida pelo pai como herança após um processo de planejamento sucessório familiar e que isso não muda a situação concorrencial no Brasil, segundo <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2024/12/socio-da-eldorado-diz-ao-cade-que-virou-acionista-de-gigante-global-de-celulose.shtml">informa a Folha de S. Paulo</a>.
O curioso é que, um ano atrás, a própria Paper fazia questão de enfatizar em <a href="https://blogpaperexcellence.com.br/jackson-wijaya/">sua própria página institucional</a> não ter nenhum vínculo societário com a APP. “A Paper Excellence é uma empresa separada e totalmente independente da Asia Pulp and Paper, controlada por outros membros da família Wijaya", <a href="https://blogpaperexcellence.com.br/jackson-wijaya/">apontava a empresa</a>.
De acordo com a reportagem da Folha, “os advogados da Paper disseram que o fato de Jackson passar a ter participação societária da APP não muda o cenário concorrencial no Brasil, uma vez que a APP não atua no país e atua em uma frente de negócio totalmente diferente da da Eldorado".&nbsp;
A interpretação do Cade, no entanto, é de que a Paper usava seu poder de voto na Eldorado para bloquear investimentos estratégicos da empresa, o que prejudica o ambiente concorrencial no Brasil. A decisão do órgão antitruste, que foi tomada pelo superintendente-geral Alexandre Barreto, se mostra ainda mais acertada depois das revelações surgidas no Canadá.&nbsp;
Depois dessa decisão, uma audiência no Supremo Tribunal Federal abriu uma possibilidade de conciliação entre a Paper e a J&amp;F, que foi <a href="https://www.brasil247.com/brasil/caso-eldorado-prefeito-de-tres-lagoas-defende-conciliacao-que-pode-destravar-investimento-bilionario">celebrada pelo prefeito de Três Lagoas (MS)</a>, Angelo Guerreiro, do PSDB, e <a href="https://www.brasil247.com/economia/conciliacao-na-eldorado-pode-trazer-investimento-consideravel-em-celulose-e-ferrovias-diz-governador-eduardo-riedel">pelo governador Eduardo Riedel</a>, também do PSDB. Ambos enxergam que o fim deste litígio abrirá espaço para um investimento de R$ 25 bilhões da Eldorado, não apenas na expansão de uma nova linha de papel e celulose, como também na construção de uma ferrovia estratégica para o escoamento da produção, consolidando o Mato Grosso do Sul como o centro mais dinâmico e competitivo do mundo neste setor estratégico da economia global.

Tag: asia-pulp-and-paper