'Economia brasileira tem todas as condições para continuar crescendo', destaca executivo do Citi
Brasil "tem fundamentos, ferramentas, que deixam muitos países com inveja”, avalia o chefe da divisão internacional do Citi, Ernesto Torres Cantú
247 - O chefe da divisão internacional do Citi, Ernesto Torres Cantú, destacou a posição favorável do Brasil no contexto econômico global durante sua primeira visita ao país desde que assumiu o cargo em outubro do ano passado. Em entrevista concedida ao Valor Econômico, Cantú enfatizou que, mesmo diante de desafios globais, o Brasil apresenta desempenho positivo em comparação com outras grandes economias. Atualmente, ele supervisiona as operações do conglomerado financeiro em 93 países, responsáveis por quase 60% da receita global da instituição.
Cantú ressaltou que o Brasil iniciou 2024 com uma projeção de crescimento do PIB inferior a 1%, mas deve encerrar o ano com uma expansão de 3%, desempenho raro entre economias de grande porte. "Em termos relativos, o Brasil parece bem", afirmou. O executivo também destacou que a principal preocupação dos investidores locais, a situação fiscal, tem mostrado sinais de estabilidade. Segundo ele, a expectativa de que a dívida pública atingisse mais de 90% do PIB foi superada, com a atual projeção girando em torno de 78%. "As receitas orçamentárias estão indo bem, e isso é incrivelmente importante para manter a disciplina fiscal. A intenção do governo é manter essa disciplina. Não acho que houve mudança sobre isso".
Na avaliação de Cantú, a América Latina tem aproveitado as mudanças nas cadeias globais de suprimento, com o México se beneficiando do nearshoring e o Brasil do powershoring, dada sua matriz energética limpa e autossuficiência energética. "A economia brasileira tem fundamentos, ferramentas, que deixam muitos países com inveja. Tem um enorme mercado consumidor local, autossuficiência energética, uma matriz limpa, não tem desastres climáticos. Tem todas as condições necessárias para continuar crescendo."
Além disso, o executivo destacou a aprovação da reforma tributária como um avanço significativo no ambiente de negócios do Brasil. O Citi tem registrado crescimento expressivo no país, com lucro superando a meta de expansão de 50% nos ganhos entre 2022 e 2024. Mesmo com a ausência de ofertas públicas iniciais (IPOs), as atividades de emissão de dívida e de fusões e aquisições (M&A) têm mantido bom desempenho. "Somos muito fortes em custódia, cash management, câmbio e instrumentos de hedge. O grosso do negócio está em outros setores, que crescem todos".
Cantú reforçou o compromisso do Citi com o Brasil, afirmando que o banco continuará investindo no país. "O Brasil é uma fonte importante de crescimento para o Citi. E um exportador líquido de 'melhores práticas'. Muitas coisas que são feitas aqui eu gostaria de ver replicadas em outras partes do mundo".
Sobre o cenário internacional, Cantú comentou os possíveis impactos do novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos, prevendo aumento das tarifas e, consequentemente, da inflação e das taxas de juros. No entanto, destacou a resiliência da economia americana e sua influência no crescimento global. "Os EUA são uns 20 e pouco por cento da economia global, o que significa que ainda tem os 75%, 80% restantes".
Com perspectivas otimistas e sólido desempenho, o Brasil segue consolidando sua posição como mercado estratégico para o Citi e atraindo a atenção de investidores internacionais.
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