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Economia dos EUA dá mostras de desaceleração e FED sinaliza corte de juros

Economistas e o mercado financeiro esperam que a redução da taxa de juros ocorra em setembro

Sede do Federal Reserve, em Washington 26/01/2022 (Foto: REUTERS/Joshua Roberts)

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247 - Autoridades do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, enviaram os sinais mais claros até o momento de que estão se preparando para cortar as taxas de juros. Esta medida é esperada para proporcionar alívio aos tomadores de empréstimos americanos, que sofrem desde a alta da inflação após a pandemia do coronavírus.

Durante aparições públicas nesta semana, incluindo duas audiências do presidente do Fed, Jay Powell, no Congresso, o banco central demonstrou confiança no controle da inflação e indicou estar pronto para uma mudança de política, destaca a Folha de S.Paulo.

Os dados econômicos mais recentes, que mostram uma redução contínua nas pressões sobre os preços ao consumidor e um abrandamento no mercado de trabalho, apoiam esta convicção. Entretanto, bancos dos EUA alertam que clientes de baixa renda estão demonstrando sinais de estresse financeiro após um longo período de preços elevados.

Apesar de não fornecerem detalhes específicos sobre quando e em que magnitude as taxas de juros serão reduzidas, as autoridades do Fed deixaram claro que uma nova era está a caminho. Economistas e o mercado financeiro esperam a primeira redução em setembro. Tiffany Wilding, economista da Pimco, considera isso um "negócio certo" após os dados desta semana.

Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, disse ao Financial Times que foi uma "boa semana" para o banco central, cujo objetivo é reduzir a inflação sem causar uma recessão nos EUA. Goolsbee afirmou que os dados dos últimos meses apontam para uma queda rápida e significativa na inflação em 2023.

Desde julho do ano passado, o Fed manteve sua taxa básica de juros no patamar mais alto dos últimos 23 anos, entre 5,25% e 5,5%. Powell, em audiências no Congresso, declarou que o Fed não precisa mais focar exclusivamente na inflação, dado o "progresso considerável" na redução das pressões sobre os preços, enquanto o mercado de trabalho mostra sinais claros de esfriamento.

Os comentários de Powell foram reforçados por Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco, que declarou que uma redução nas taxas de juros seria "justificada". Com a inflação sob controle, o mercado de trabalho, que Powell classificou como forte mas não superaquecido, apoia a decisão de corte.

Com a taxa de desemprego acima de 4% e os ganhos salariais desacelerando, o mercado de trabalho não está mais pressionando os preços. Contudo, sem uma calibração cuidadosa da política de juros, os ganhos acumulados desde a pandemia podem ser comprometidos. Evitar este resultado é uma das principais preocupações de Powell.

Lisa Cook, governadora do Fed, destacou a atenção do banco central às mudanças na taxa de desemprego e sua disposição em ser “responsivo”. O Fed busca um "pouso suave", onde a inflação caia sem um aumento acentuado nas demissões. Priya Misra, da JPMorgan Asset Management, afirmou que este resultado depende de o Fed começar a flexibilizar a política monetária em breve, eventualmente reduzindo a taxa básica de juros para mais perto de 3%.

Jonathan Pingle, economista-chefe do UBS, ressalta que, em algum momento, o Fed desejará que a desaceleração econômica pare e se estabilize, mas há o risco de que ela continue.

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