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    Esteves, do BTG, elogia Haddad e esforço do governo Lula na política fiscal

    Chairman do BTG Pactual disse que os mercados estão mais pessimistas do que a situação real do país justifica. Ele espera que o PIB cresça 3,1% neste ano

    Haddad com Lula e André Esteves (Foto: Diogo Zacarias | REUTERS/Tuane Fernandes)

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    247 - André Esteves, chairman do BTG Pactual, teceu elogios à política econômica conduzida pelo governo Lula (PT), com destaque para os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em estabilizar as contas públicas. Durante um evento recente, Esteves ressaltou que o Brasil tem avançado na criação de um arcabouço fiscal sólido, o que contrasta, segundo ele, com a situação dos Estados Unidos, onde o tema pouco aparece nas campanhas presidenciais.

    Em sua análise, segundo o Valor Econômico, Esteves destacou que tanto Brasil quanto Estados Unidos enfrentam desafios fiscais semelhantes, incluindo déficits nominais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, ele apontou uma diferença fundamental: "nós não temos uma impressora de dólares, então precisamos ser mais rigorosos e disciplinados", afirmou o banqueiro. Para ele, o fato de que o tema é amplamente discutido no Brasil já é um indicativo de que o país está no caminho certo. “O primeiro passo para resolver um problema é identificá-lo. Nos EUA, vocês não estão nem discutindo o assunto”, completou.

    Esteves também fez uma defesa da economia brasileira, afirmando que os mercados estão mais pessimistas do que a situação real do país justifica. Ele mencionou que o PIB deve crescer 3,1% este ano, sem grandes problemas no balanço externo, e reconheceu que a inflação está um pouco acima da meta. Ainda assim, ele admitiu que falta confiança dos investidores nos resultados fiscais de longo prazo, embora tenha elogiado o trabalho de Haddad em criar uma estrutura que possa trazer estabilidade.

    “A boa notícia é que o Brasil tem passado por importantes reformas estruturais nos últimos anos”, comentou Esteves, referindo-se às reformas trabalhista, previdenciária e tributária aprovadas. Ele ponderou que ainda é cedo para apontar erros do atual governo e evitou fazer críticas diretas. "Honestamente, acho que o governo está fazendo um bom trabalho para o fiscal", afirmou.

    Embora tenha elogiado o trabalho do governo no campo fiscal, Esteves expressou preferência por uma política fiscal mais rígida em detrimento de uma política monetária restritiva. Segundo ele, com o desemprego em níveis historicamente baixos, o Brasil pode começar a rever algumas medidas de proteção social para incentivar o retorno das pessoas ao mercado de trabalho.

    O banqueiro também comentou sobre a transição no comando do Banco Central, prevendo uma passagem tranquila de Roberto Campos Neto para Gabriel Galípolo. Ele destacou que a credibilidade da instituição vai além de seu presidente, sendo fruto de uma tradição de quase três décadas de independência prática do BC. O próximo presidente deve manter essa tradição e tomar decisões técnicas, declarou.

    Quando questionado sobre o ambiente de negócios no Brasil, Esteves reconheceu avanços, mas afirmou que ainda há muito a ser feito. O Brasil foi um dos cinco maiores destinos de investimento direto no mundo nos últimos 20 anos, destacou ele, apontando que o país está no caminho certo. “Lógico que está longe do ideal, poderíamos ter menos impostos, um regime mais simples. Mas a reforma tributária é um passo nessa direção”, comentou.

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