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    Galípolo prevê cenário com inflação acima da meta e desaceleração econômica

    De acordo o presidente do Banco Central, os juros continuarão sendo ferramenta para diminuir os preços

    Gabriel Galípolo (Foto: Adriano Machado / Reuters)
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    247 - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (14) que o país terá de conviver por mais algum tempo com uma inflação acima da meta e uma atividade econômica em desaceleração. O dirigente mencionou a alta da taxa de juros como uma alternativa para conter os preços. A Selic está em 13,25% atualmente.

    “O mandato do BC é colocar os juros em patamar restritivo suficiente para levar a inflação à meta. O remédio vai funcionar, o BC tem ferramentas para perseguir a meta”, disse Galípolo em evento organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (Iedi), em São Paulo.

    De acordo com o presidente do BC, “a política monetária fará o seu efeito primeiro na atividade econômica e depois na inflação corrente”. “A atividade tende a reagir primeiro antes dos preços e da inflação corrente. Você pode ter uma combinação ainda entre uma inflação fora da meta e uma atividade que vem desacelerando”, complementou. 

    Quando o Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central, aumenta os juros, o crédito fica mais caro, e as pessoas têm menos dinheiro para gastar. Com a Selic alta, os preços tendem a se estabilizar ou diminuir.

    Na discussão sobre juros, a alta da Selic para combater o aumento da inflação funciona quando se trata de uma inflação de demanda (pressão de consumo da população). Analistas contrários a esse mecanismo de política monetária sugerem que um aumento dos juros tem pouco efeito sobre preços que já são administrados pelo governo, como a energia elétrica.

    A projeção mediana do mercado para a inflação em 2025 é de 5,58%, e para 2026, de 4,30%. A meta é de 3%. Em 2024, a inflação no Brasil foi de 4,83%. A meta de inflação do governo, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), era de 3% para 2024, com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano ficou 0,33 p.p. acima do limite superior da meta. 

    Em 2023, o IPCA foi de 4,62%. A meta definida pelo CMN para aquele ano era de 3,25%, com uma margem de tolerância entre 1,5% e 4,75%.

    Nos últimos anos, quando o Banco Central era presidido por Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro (PL), aliados do governo Lula cobraram a redução dos juros para baratear o crédito e estimular o consumo.

    Em janeiro, já sob a administração de Galípolo, o Banco Central anunciou a alta da Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. Conforme destacaram parlamentares do PT, o aumento de 1 ponto percentual ocorreu em função de diretrizes definidas ainda na gestão de Campos Neto.

    As próximas reuniões do Copom foram marcadas para os dias 18 e 19 de março.

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