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    Governo Lula dá sinal verde para empresa chinesa competir com a Starlink, de Musk

    Base de Alcântara é oferecida para testes da SpaceSail, enquanto companhia aguarda aprovação do governo chinês para iniciar operação no Brasil

    (Foto: Reuters)

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    247 – A agência Bloomberg revelou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está impulsionando a competição no mercado de internet via satélite ao abrir as portas para a SpaceSail, uma fabricante de satélites com sede em Xangai. O objetivo é ampliar o acesso à internet em regiões remotas do Brasil e desafiar a liderança da Starlink, empresa do bilionário Elon Musk, no setor. Essa movimentação ocorre em meio a um contexto de relações complexas entre Brasil, Estados Unidos e China.

    A proposta de utilização do Centro de Lançamento de Alcântara, localizado no Maranhão, é vista como uma jogada estratégica. A base, reconhecida por sua posição próxima ao equador, proporciona vantagens econômicas significativas em lançamentos, economizando combustível. No entanto, a SpaceSail ainda aguarda o aval das autoridades chinesas para iniciar os testes.

    “Estamos tentando avançar nessa parceria. Com Xi Jinping no Brasil, tentaremos tornar isso viável de alguma forma, na tentativa de conseguir que ele autorize”, declarou Hermano Tercius, secretário de Telecomunicações, à Bloomberg.

    A movimentação do governo brasileiro também ocorre em meio a um histórico de tensões com Elon Musk. Recentemente, a plataforma de mídia social X, de propriedade do bilionário, enfrentou bloqueios no Brasil e multas significativas por não cumprir ordens judiciais. Após negociações, o acesso foi restaurado, mas o episódio evidenciou o desafio de equilibrar as relações com parceiros internacionais.

    A Starlink, que atualmente detém cerca de 46% do mercado de internet via satélite no Brasil, enfrenta a perspectiva de uma concorrência crescente. A SpaceSail, embora ainda em desenvolvimento, lançou 36 satélites em órbita nos últimos meses e planeja aumentar esse número para mais de 600 até o final do próximo ano.

    Apesar das especulações sobre retaliação, Tercius negou qualquer intenção desse tipo e reforçou a importância de ampliar a oferta para os consumidores. “Independentemente da questão que envolve o Starlink, é importante ter outra empresa para que haja concorrência, para que haja outra opção para os brasileiros”, afirmou o secretário.

    O fortalecimento das relações com a China e o convite para que a SpaceSail utilize a base de Alcântara refletem um momento em que o Brasil busca posicionar-se de forma independente, balanceando os interesses estratégicos entre grandes potências. Este cenário ganha ainda mais relevância com a iminente visita de Xi Jinping para a cúpula do G20, que será realizada no Rio de Janeiro.

    As implicações dessa abertura para a SpaceSail são amplas. Além de incentivar a competição no setor de telecomunicações, a iniciativa pode atrair investimentos e fomentar o desenvolvimento regional. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações destacou em comunicado que o fomento a atividades comerciais relacionadas ao espaço é de grande interesse para o Brasil, trazendo não apenas recursos, mas também avanços para o programa espacial do país.

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