Haddad diz que déficit primário de 2024 foi de 0,1% do PIB e critica perspectivas do mercado para a economia
"O governo tem que ser muito coerente e muito resoluto na sua comunicação, não podemos deixar brecha para os resultados que queremos atingir", disse ainda
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta terça-feira (7) que o déficit primário de 2024 foi de 0,1% do PIB, valor mais próximo da meta zero do que do limite inferior permitido pelo arcabouço fiscal. O número é quase metade do estimado anteriormente pela equipe econômica, que era de R$ 28,7 bilhões. "Estamos entregando um resultado mais perto do 0 do que do limite inferior da banda", destacou o ministro. Ele também disse que houve um exagero em relação às perspectivas da economia brasileira por parte do mercado financeiro e reconheceu que existem falhas de comunicação do governo.
“Temos que nos comunicar melhor, e eu venho dizendo isso há muito tempo. O governo tem que ser muito coerente e muito resoluto na sua comunicação, não podemos deixar brecha para os resultados que queremos atingir”, disse Haddad em entrevista à GloboNews, de acordo com o jornal O Globo. “Precisamos nos comunicar melhor, o mercado está muito sensível, no mundo inteiro, não é uma situação normal que o mundo está vivendo”, ressaltou.
Apesar do déficit abaixo do limite, o governo considera que a situação fiscal é desafiadora, especialmente com um cenário externo instável. Haddad mencionou as dificuldades globais, destacando a não concretização das expectativas de cortes na taxa de juros nos Estados Unidos, que impactaram as perspectivas econômicas. "Estamos em um quadro externo mais desafiador", explicou.
Em relação à sua agenda, o ministro cancelou suas férias para se concentrar em questões urgentes, como a votação do orçamento de 2025 e a regulamentação de medidas fiscais para cortar gastos, que já haviam sido aprovadas pelo Congresso. Entre as principais discussões, está a reforma do Imposto de Renda, que prevê isenção para rendimentos até R$ 5 mil mensais, uma promessa de campanha de Lula. A proposta, que inclui também tributação para quem ganha mais de R$ 50 mil mensais, só será formalizada após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro.
O ministro também negou que o governo esteja considerando aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a fuga de dólares. "A trajetória de alta da moeda americana terá um processo de acomodação natural", garantiu Haddad, que também se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o planejamento fiscal para o ano.
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