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      Investidores recuam e S&P 500 fecha em queda de 0,28% após Trump endurecer tom sobre tarifas

      Índice desabou com maior temor de recessão pelas tarifas generalizadas contra importações chinesas

      Wall Street, nos Estados Unidos (Foto: Reuters)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O índice S&P 500 encerrou a sessão desta segunda-feira (7) em queda de 0,28%, após um dia marcado por forte volatilidade nos mercados. 

      De acordo com a agência Reuters, investidores reagiram com preocupação ao agravamento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, após o presidente Donald Trump reforçar sua disposição de elevar tarifas sobre importações chinesas.

      Desde o anúncio, na última quarta-feira (2), de tarifas amplas sobre todas as importações para os EUA — com aumentos mais agressivos direcionados a parceiros comerciais estratégicos — as bolsas de Wall Street vêm sofrendo perdas expressivas. O impacto imediato foi uma retração acentuada nos principais índices e o aumento do nervosismo no mercado financeiro.

      Logo nas primeiras horas desta segunda, os três principais índices acionários norte-americanos atingiram os níveis mais baixos em mais de um ano. O índice de volatilidade CBOE (VIX), conhecido como o "termômetro do medo" de Wall Street, superou os 60 pontos — o patamar mais elevado desde agosto de 2024.

      Para Rick Meckler, sócio da Cherry Lane Investments, sediada em New Vernon, Nova Jersey, a abordagem da Casa Branca tem gerado apreensão: “O problema central do mercado é que a estratégia do governo para lidar com os desequilíbrios comerciais parece um remédio pior do que a doença”. Ele acrescentou: “Está claro que os investidores preferem uma pausa ou outra abordagem. É revelador que, entre tantos apoiadores de Trump na comunidade empresarial, quase ninguém esteja defendendo sua política tarifária”.

      Segundo dados preliminares, o S&P 500 caiu 14,22 pontos, ou 0,28%, encerrando o dia aos 5.059,86 pontos. Já o Nasdaq avançou 14,66 pontos, ou 0,09%, chegando a 15.602,44, enquanto o Dow Jones recuou 356,67 pontos, ou 0,93%, para 37.958,19.

      Nos dois dias que seguiram os anúncios tarifários de Trump, o S&P 500 acumulou uma queda de 10,5%, o que representou uma perda estimada de US$ 5 trilhões em valor de mercado — a maior retração em dois dias desde março de 2020. Na sexta-feira anterior, o índice Dow Jones já havia confirmado uma correção, ficando mais de 10% abaixo do recorde registrado em dezembro, e o Nasdaq entrou oficialmente em bear market.

      Durante o pregão desta segunda, o S&P 500 chegou a cair 20% abaixo de sua máxima histórica. Um breve alívio ocorreu após rumores indicarem que Trump estaria considerando suspender as tarifas por 90 dias. No entanto, a informação foi rapidamente desmentida por representantes da Casa Branca, o que devolveu os índices ao terreno negativo.

      Para Meckler, os movimentos bruscos refletem a incerteza do cenário: Essas oscilações deixaram os investidores um pouco preocupados de que, se os fatos começarem a mudar, o mercado pode disparar rapidamente”. Ele avaliou que “isso está levando a esse movimento de vai e vem, com altas que logo são vendidas e quedas em que investidores cobrem posições vendidas ou buscam pontos de entrada”.

      Ainda nesta semana, os mercados estarão atentos aos discursos de membros do Federal Reserve e à divulgação de dados econômicos importantes, como o índice de preços ao consumidor, que podem fornecer novos sinais sobre os riscos de uma recessão.

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