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Lula critica sanha privatista no Brasil: "tem coisas que têm que ser, inexoravelmente, do Estado"

Presidente criticou a ofensiva do mercado privado e o entreguismo que se abateu sobre a Petrobras, Eletrobras, Correios e Telebras

Frederico de Siqueira Filho, Lula e Juscelino Filho (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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247 - O presidente Lula (PT) realizou uma visita oficial ao Centro de Operações Espaciais Principal (COPE-P) da Telebras nesta terça-feira (27) e criticou a sanha privatista existente do Brasil, ressaltando que determinadas funções e serviços devem ser "inexoravelmente" do Estado. A Telebras foi retirada pelo governo Lula do rol de empresas a serem privatizadas.

"Tem coisas que têm que ser, inexoravelmente, do Estado. É assim na Alemanha, na França, nos Estados Unidos. Muita gente nesse país foi levada pela teoria de que tem que abrir o mercado para todo mundo, que o importante é o livre acesso ao comércio. ‘Livre acesso ao comércio’ quando é para eles venderem os produtos deles aqui dentro. Quando é para a gente vender lá fora a gente sabe a dificuldade que é. O que falta nesse país são as autoridades desse país, o governo, terem o mínimo de brio, de orgulho de ser brasileiro e pensar um pouco nesse país, naquilo que o Estado pode oferecer para o bem-estar da sociedade, para a soberania da sociedade. E uma empresa como essa aqui [Telebras] é uma garantia de que a gente pode discutir inteligência artificial sem precisar ficar subordinado a apenas duas ou três nações que já estão na frente", pontuou Lula.

O presidente citou outras empresas vítimas da sanha privatista, como a Petrobras e a Eletrobras: "nós vivemos momentos no Brasil de muitos sonhos e esperanças. Depois, vivemos momentos de muita incerteza, em que tudo que era bom tinha que ser privatizado, tinha que vir do estrangeiro. Fico sempre lembrando quantas vezes tentaram privatizar a Petrobras. Em vez da gente tratar a empresa como orgulho desse país, uma das empresas mais extraordinárias que já foram feitas, em 1953 pelo presidente Getúlio Vargas, desde lá sempre aparece alguém achando que tem que privatizar. E quando há dificuldade de privatizar, eles vão vendendo ativos separados e vão tentando separar o corpo. Eu vendo um braço, uma perna, uma orelha, os dentes… Ou seja, quando você volta, você percebe que a empresa está desmontada e não está cumprindo seu papel. Foi assim que foi feito com a Eletrobras. Agora, mais recentemente, nós vimos a privatização da Sabesp".

"Da mesma forma, os Correios estão para serem privatizados desde 1985, quando Antônio Carlos Magalhães era ministro da Comunicação nesse país (1985-1990). Acho que não tem nenhuma categoria que já fez mais passeata contra a privatização do que os companheiros dos Correios. No caso dos Correios e da Telebras, nós chegamos ao cúmulo da ignorância de que essas duas empresas estavam praticamente proibidas de vender serviço ao Estado. Não poderiam oferecer serviços aos Estado mesmo que oferecessem serviço mais barato. Ou seja, é a ignorância elevada a sétima potência. Um Estado que não se respeita. Um governo que não tem visão de Estado. Pessoas que não pensam no Brasil", criticou Lula.

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