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    Lula edita decreto que formaliza meta contínua de inflação a partir de 2025

    Presidente confirmou que a meta de inflação será contínua e que o alvo de 3% para a evolução dos preços no país será mantido

    Lula em entrevista ao UOL (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou nesta quarta-feira decreto que formaliza a adoção de uma meta contínua de inflação a partir de 2025.

    O novo sistema para substituir o modelo atual de busca pela meta em cada ano-calendário foi normatizado um ano após o anúncio de sua adoção pelo governo. A aguardada regulamentação, com detalhes sobre a dinâmica do novo modelo, foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta.

    Lula afirmou nesta quarta-feira que a meta de inflação será contínua e que o alvo de 3% para a evolução dos preços no país será mantido.

    "A gente manteve a meta que existia, a novidade será a meta contínua", disse o presidente em entrevista ao portal UOL.

    BANCO CENTRAL - Lula também afirmou que ainda não está pensando na sucessão para a presidência do Banco Central, embora tenha feito elogio ao diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo, que foi indicado ao cargo pelo atual governo.

    "Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito do sistema financeiro, mas ainda não estou pensando na questão do Banco Central", afirmou Lula, que esteve reunido com Galípolo esta semana no Palácio do Planalto em reunião sobre a meta de inflação.

    Com o mandato do presidente do BC, Roberto Campos Neto, se encerrando em dezembro deste ano, Lula enfatizou que não indicará o novo chefe da autarquia pensando em agradar o mercado, e sim voltado para o Brasil.

    O presidente também disse que a inflação está controlada no país e voltou a criticar o nível elevado da taxa Selic, defendendo que empresários se manifestem contra o patamar dos juros.

    "O BC tem necessidade de manter a taxa de juros em 10,5% quando a inflação está a 4%?", questionou.

    Lula também disse não aceitar alteração na política de ganhos reais do salário mínimo, afirmando que isso penalizaria as famílias que ganham menos.

    "É o mínimo que uma pessoa precisa para sobreviver. Se eu acho que vou resolver o problema da economia brasileira apertando o mínimo do mínimo, eu estou desgraçado, eu não vou para o céu, eu ficaria no purgatório", afirmou.

    "Garanto que o salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República."

    Perguntado se o governo estuda desvincular pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda, da política de reajuste do salário mínimo, Lula disse que "não".

    Com medidas de ajuste fiscal focadas em ganhos de receitas, o governo vem sendo pressionado a buscar cortes de gastos, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, já tendo defendido uma revisão das vinculações orçamentárias -- embora reconheça que o tema passará por análise política.

    Lula afirmou que sua equipe está fazendo uma análise da qualidade dos gastos públicos sem levar em conta o nervosismo do mercado. Ele disse que o governo não pode gastar mais do que arrecada, mas argumentou que as despesas do Brasil estão aquém de muitos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

    O presidente ainda argumentou que quando é criado um benefício fiscal temporário no Brasil, acaba aparecendo um projeto no Congresso para prorrogá-lo. A afirmação é uma referência à prorrogação da desoneração da folha de empresas, que o governo tentou barrar e ainda está sem solução final após o Congresso optar pela manutenção.

    "Como podemos falar em gastos se estamos abrindo mão de impostos que os empresários deveriam pagar?", afirmou Lula. (Com Reuters).

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