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    Mercadante vê Brasil a caminho do grau de investimento e defende ajuste fiscal que não comprometa investimentos

    Presidente do BNDES destaca a necessidade de cortes estratégicos e ajustes na taxa de juros para garantir crescimento sustentável

    Aloizio Mercadante (Foto: Reprodução/YT)

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    247 – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, manifestou nesta segunda-feira (28) que o Brasil está próximo de atingir o grau de investimento em sua dívida pública — classificação que representa maior segurança para investidores e menores riscos de inadimplência.

    Durante o 7º Fórum Brasil de Investimentos, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Mercadante enfatizou que o governo deve realizar um ajuste fiscal cauteloso, que não comprometa os investimentos essenciais para o desenvolvimento econômico.

    "Eu acredito que o Brasil tem todas as condições de alcançar o grau de investimento, mas é crucial que o governo faça cortes seletivos, com critério, para não comprometer o crescimento", afirmou Mercadante, destacando a importância de reverter expectativas negativas sem afetar o progresso em áreas estratégicas, segundo aponta reportagem da Folha de S. Paulo. O evento, que também contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, foi palco para discussões sobre o papel dos investimentos na recuperação econômica e nas metas fiscais do país.

    Recentemente, a agência de classificação de risco Moody's elevou a nota de crédito do Brasil para "Ba1", uma posição abaixo do grau de investimento. Mercadante explicou que, além dos ajustes fiscais, o controle sobre a taxa de juros é um ponto crucial. A taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano, tem previsão de subir para 11,75% até o final do ano, segundo o Boletim Focus, divulgado na mesma segunda-feira. Em tom crítico, Mercadante reforçou a necessidade de diálogo entre o governo e o mercado financeiro para evitar que o custo do crédito iniba investimentos produtivos. "É preciso que a Faria Lima escute nossas intenções e perceba que um diálogo construtivo é a melhor forma de reverter as expectativas sobre o Brasil", alfinetou Mercadante.

    Além das questões fiscais e monetárias, Mercadante destacou os investimentos prioritários na transição energética e a importância do papel do Brasil na pauta climática global, especialmente com a realização da COP30, que está prevista para ocorrer em Belém no próximo ano. "A transição energética é um processo caro e demanda políticas públicas consistentes e duradouras", pontuou o presidente do BNDES.

    Com um cenário de inflação e desemprego em queda, o governo espera que o compromisso com o ajuste fiscal, aliado a políticas de incentivo ao investimento, seja um dos passos finais para alcançar o grau de investimento e fortalecer a economia brasileira.

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