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      Mídia internacional destaca como guerra comercial pode impulsionar agronegócio brasileiro

      Exportações de soja e carne bovina do Brasil para a China disparam em meio a tarifas recíprocas entre as duas potências

      (Foto: Reuters/Enrique Marcarian)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China, marcada por tarifas elevadas de ambos os lados, tem beneficiado o agronegócio brasileiro, especialmente nas exportações de soja e carne bovina para o mercado chinês. Segundo o Financial Times, o Brasil ampliou sua liderança como principal fornecedor de alimentos para a China, aproveitando a redução das exportações agrícolas norte-americanas devido às barreiras tarifárias impostas por Pequim.​

      No primeiro trimestre de 2025, as vendas brasileiras de carne bovina para a China aumentaram em um terço, enquanto as importações chinesas de aves cresceram 19% em março. A demanda externa também contribuiu para que a soja brasileira fosse negociada a preços mais competitivos em relação à norte-americana. Dados indicam que as remessas agrícolas dos EUA para a China caíram 54% em janeiro, afetando produtos como sorgo e soja, dos quais a China era um dos principais compradores.​

      A China, em resposta às tarifas impostas pelos EUA, bloqueou parte das exportações de carne bovina norte-americana ao não renovar registros de frigoríficos e suspendeu importações de grãos devido às tarifas que reduziram suas margens de lucro. Com isso, o Brasil se posiciona como uma alternativa sólida, com a China buscando diversificar seus fornecedores e a Europa considerando o país como uma opção estável e competitiva.​

      Durante a primeira guerra comercial entre EUA e China, iniciada em 2018, a soja brasileira já havia sido negociada com um prêmio em relação à americana, atraindo investimentos para o setor agrícola nacional. Embora a infraestrutura logística brasileira ainda enfrente desafios, como gargalos nos portos, a atual guerra comercial pode incentivar investimentos, inclusive da China, para melhorar a logística brasileira.​

      A União Europeia, prestes a aplicar tarifas retaliatórias sobre produtos agrícolas dos EUA, também pode aumentar a demanda por produtos brasileiros. No entanto, há preocupações sobre a capacidade do Brasil em atender a essa demanda crescente, mesmo com uma safra recorde.

      Especialistas alertam que, embora o cenário atual seja favorável ao agronegócio brasileiro, é essencial monitorar as negociações entre EUA e China, pois um eventual acordo entre as duas potências poderia reduzir a vantagem competitiva do Brasil no mercado internacional.​

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