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      "Objetivo é aumentar a produção de alimentos no Brasil", diz Paulo Teixeira sobre Desenrola Rural

      Programa permite a renegociação de dívidas de agricultores familiares com descontos de até 96%, além de facilitar o acesso ao crédito rural

      Paulo Teixeira (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
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      247 - O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, participou do programa “Bom Dia, Ministro” nesta quinta-feira (20) e anunciou detalhes do programa Desenrola Rural, que entrará em vigor na próxima segunda-feira (24). O programa tem como objetivo permitir a renegociação de dívidas de agricultores familiares com descontos de até 96%. Além disso, a medida facilitará o acesso ao crédito rural, permitindo maior participação desses produtores no fortalecimento da agricultura brasileira.

      Em sua entrevista, o ministro destacou que o foco do programa é aumentar a produção de alimentos no Brasil e, assim, contribuir para a luta contra a fome. “O objetivo é aumentar a produção de alimentos no Brasil. E, para isso, nós queremos que todos os agricultores possam participar desse momento importante, do propósito de alimentar o povo brasileiro e tirar o Brasil do Mapa da Fome”, afirmou Teixeira.

      O Brasil conta com cerca de 5,43 milhões de agricultores familiares, e aproximadamente 33% deles (1,35 milhão) enfrentam pendências financeiras. A renegociação abrange dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e outros empréstimos com instituições financeiras, incluindo créditos de instalação e dívidas federais com inadimplência superior a um ano. Teixeira ressaltou ainda que o número de agricultores atendidos pelo Pronaf tem aumentado, com 600 mil novos contratos desde a sua chegada ao ministério.

      “Quando chegamos, tínhamos 1 milhão e 400 mil agricultores que tomam o Pronaf. Nós já chegamos a 2 milhões. Então, são 600 mil contratos a mais. E, agora, queremos que aquele 1 milhão e 300 mil agricultores que tenham pendência no banco possam renegociar e possam tomar o financiamento agrícola para aumentar a produção de alimentos”, complementou o ministro.

      Em relação à produção agrícola, Teixeira revelou uma estimativa otimista para a safra 2024/25. A produção de grãos deve alcançar 325,7 milhões de toneladas, representando um aumento de 9,4% em comparação à safra anterior. Esse aumento será impulsionado tanto pelo aumento da área cultivada (2,1%) quanto pela recuperação de 7,1% na produtividade das lavouras. A previsão é que o Brasil colha o maior volume de grãos de sua história, o que pode refletir diretamente na melhoria da alimentação da população.

      “Vamos ter uma safra recorde. Por isso que o problema do alimento não está no campo. A safra será recorde, nós vamos ter uma situação climática melhor do que a situação do ano passado”, afirmou o ministro. Teixeira ressaltou que a agricultura familiar tem um papel central no fornecimento de alimentos in natura, como legumes, frutas e verduras, além de parte do arroz e feijão consumidos no país. A maior produção de grãos, como milho e soja, deve contribuir para a produção de farelos e rações, o que pode reduzir o preço da carne e dos ovos.

      O ministro também comentou a queda recente nos preços dos alimentos, que já pode ser percebida nos mercados. “Minha equipe foi ao supermercado e encontrou arroz a R$ 21, 5 kg de arroz, que já esteve a R$30. Encontraram também um óleo de soja por R$ 6,00 e um flocão a menos de R$ 1,00. Então, os alimentos já começaram a baixar”, afirmou. Ele atribuiu essa redução ao enfraquecimento do dólar, que teve impacto nos preços dos produtos atrelados à moeda estrangeira, como carnes, ovos, açúcar, café e derivados de soja.

      Teixeira também destacou as iniciativas do governo para apoiar pequenos agricultores, incluindo indígenas, quilombolas e mulheres chefes de propriedades rurais. “Aumentou a tomada de financiamento fortemente para a agroecologia. Junto com o BNDES, fizemos um programa de financiamento da agroecologia no Brasil”, disse. Como parte desse esforço, o governo lançou o Planapo, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, e anunciou um novo edital de financiamento para cooperativas agroecológicas, com condições favoráveis.

      Para as mulheres agricultoras, o presidente Lula lançará em breve o Pronara, o Plano Nacional de Redução de Agrotóxicos, que visa substituir substâncias químicas por bioinsumos. “A cada bioinsumo, que é correspondente a um agrotóxico, vamos proibir aquele agrotóxico para adotar bioinsumo”, antecipou Teixeira, reforçando a transição para uma agricultura mais sustentável e menos dependente de produtos químicos.

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