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OpenAI, do ChatGPT, passa por reestruturação e se torna empresa com fins lucrativos

Mudança traz preocupações sobre o controle ético do desenvolvimento da inteligência artificial

Ilustração com os logos da OpenAI e do ChatGPT (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

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247 – A OpenAI, criadora do ChatGPT, está em processo de reestruturação para se tornar uma "benefit corporation" com fins lucrativos, removendo o controle da entidade sem fins lucrativos que atualmente supervisiona sua subsidiária lucrativa. A informação foi obtida com exclusividade pela agência de notícias Reuters através de fontes internas familiarizadas com o processo.

A mudança é parte de um esforço para tornar a empresa mais atraente para investidores, ao mesmo tempo em que mantém a missão de desenvolver inteligência artificial (IA) que beneficie a sociedade. Conforme revelado, Sam Altman, CEO da OpenAI, pela primeira vez receberá participação acionária na empresa, que pode atingir uma valorização de US$ 150 bilhões após a reestruturação.

"Continuamos focados em desenvolver IA que beneficie a todos e estamos trabalhando com nosso conselho para garantir que estamos na melhor posição para cumprir nossa missão. A entidade sem fins lucrativos permanece central à nossa missão e continuará a existir," disse um porta-voz da OpenAI em resposta às mudanças estruturais.

Transformação significativa

Fundada em 2015 como uma organização sem fins lucrativos de pesquisa em IA, a OpenAI introduziu a OpenAI LP, uma subsidiária com fins lucrativos, em 2019, captando recursos significativos da Microsoft. Com o lançamento do ChatGPT em 2022, a empresa ganhou atenção global, atraindo mais de 200 milhões de usuários ativos semanais. O sucesso acelerou a valorização da empresa, que saltou de US$ 14 bilhões em 2021 para o montante astronômico discutido no novo processo de reestruturação.

A proposta de governança, que foi inicialmente relatada pela Reuters, indica mudanças substanciais no modelo de controle da OpenAI. O conselho sem fins lucrativos, que até agora detém o poder decisório, será substituído em suas atribuições, deixando a empresa livre para operar de maneira semelhante a outras startups de tecnologia. Ainda não se sabe quando a reestruturação será finalizada, pois o processo está sendo ajustado junto a advogados e acionistas.

Implicações para o futuro da IA

Embora a mudança seja vista como um movimento para atrair mais investimentos e expandir as capacidades da OpenAI, ela também traz preocupações sobre o controle ético do desenvolvimento da inteligência artificial. A estrutura anterior da OpenAI foi criada com o objetivo de assegurar que a busca pela "AGI segura" (Inteligência Geral Artificial) permanecesse sob controle ético, evitando que os interesses financeiros superassem as preocupações de segurança.

Este ponto ganhou atenção especial no final de 2023, quando o conselho sem fins lucrativos destituiu Altman temporariamente devido a "uma quebra de comunicação e perda de confiança." Altman foi reintegrado ao cargo após cinco dias, com forte apoio de funcionários e investidores.

Liderança em transformação

A reestruturação ocorre também em meio a uma série de mudanças na liderança da OpenAI. Recentemente, a CTO Mira Murati anunciou sua saída repentina da empresa, enquanto Greg Brockman, presidente da OpenAI, está em licença temporária.

A nova estrutura organizacional da OpenAI pode espelhar a de seus principais concorrentes, como a Anthropic e o xAI de Elon Musk, ambas registradas como "benefit corporations" — entidades lucrativas que buscam promover responsabilidade social e sustentabilidade, além de lucro.

Com a reformulação, Altman, que já é bilionário devido a seus investimentos anteriores, finalmente receberá uma participação direta na OpenAI, algo que ele havia evitado para assegurar que o conselho sem fins lucrativos permanecesse imparcial.

A OpenAI segue sendo um ponto de atenção central tanto para investidores quanto para a comunidade de IA, à medida que navega entre os desafios de equilibrar sua missão ética e suas ambições de mercado.

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