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    'Petrobras tem outras obrigações com o investidor e com o Brasil: gás, fertilizante, refino', diz Silveira

    "É preciso uma transição energética justa e inclusiva. Ninguém consegue prever em quantos anos nós vamos poder abrir mão dos combustíveis fósseis", disse o ministro

    (Foto: ABR | Agencia Senado)

    247 - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse esperar que Magda Chambriard, indicada pelo presidente Lula (PT) para o comando da Petrobras no lugar de Jean Paul Prates, possa fazer “acontecer” à frente da petroleira e dar continuidade às pautas de interesse do governo. “A Petrobras não é exclusivamente uma empresa de exploração de petróleo. Ela tem outras obrigações com o investidor e com o Brasil: gás, fertilizante, refino”, disse Silveira em entrevista ao jornal O Globo.

    Ainda segundo ele, “a pauta já é conhecida. Não tem nada de diferente do que sempre defendemos. Não há por que se criar instabilidade e expectativa diferente do que está público”. “A política que o presidente Lula implementou lá atrás na Petrobras estava correta. A Petrobras ficou paralisada por anos por causa da Lava-Jato. O mercado é percepção, ele não busca concretude. Quando perde até 10% do valor da empresa, não passa do capital especulativo se movimentando. A empresa recupera. Não haverá sobressalto. Não trabalhamos com a hipótese de alteração do plano de investimento aprovado. É inadequado querer cumprir o que foi aprovado?”, disse Silveira. 

    Questionado se a Petrobras poderá comprar de volta as refinarias que foram privatizadas, o ministro afirmou que “não se descarta nada". "Não podemos falar em compra de refinaria como se isso não fosse uma relação comercial. Mas as nossas refinarias não podem ficar sucateadas. Ninguém está falando em novas refinarias, estamos falando, no mínimo, em ter as nossas refinarias”.

    Perguntado sobre a exploração da Margem Equatorial, Silveira também ressaltou que o processo de transição energética não deverá sofrer alterações em relação às diretrizes ambientais e aos interesses do governo. “A ministra Marina Silva, nas nossas reuniões sobre o tema, nunca foi textual que é contra. Ela sempre disse que está no Ibama sendo analisado tanto quanto outros processos de licenciamento. Eu não quero acreditar que ela é contra, porque para ser contra a alguma coisa você tem que ter dados objetivos. Esses dados objetivos nunca foram colocados” afirmou. 

    “Todos esses projetos são sintonizados. É preciso uma transição energética justa e inclusiva. Ninguém consegue prever em quantos anos nós vamos poder abrir mão dos combustíveis fósseis”, completou o ministro. 

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