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    Prefeito de Ipatinga mobiliza prefeitos mineiros em defesa da Usiminas contra ofensiva da CSN

    Em encontro da Associação Mineira de Municípios, Gustavo Nunes pediu apoio para contestar a reversão da CSN na briga judicial contra a Ternium

    Prefeito Gustavo Nunes, de Ipatinga (Foto: Reprodução | Elvira Nascimento/Usiminas/Divulgação)
    Guilherme Paladino avatar
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    247 - Durante o encontro da Associação Mineira de Municípios (AMM) com prefeitos de Minas Gerais nesta terça-feira (28), o prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes, fez um apelo em defesa da Usiminas e da Ternium, acionista da siderúrgica. A iniciativa ocorre em meio ao acirramento da disputa judicial entre a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Ternium, que ameaça a continuidade das operações da Usiminas no Vale do Aço e pode gerar impactos devastadores para Minas Gerais e o Brasil.

    No evento, Nunes destacou a relevância econômica e social da Usiminas para Ipatinga e região, enfatizando os riscos decorrentes da decisão judicial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que impôs à Ternium uma multa bilionária de R$ 5 bilhões. "A Ternium, que é acionista da Usiminas, já há 12 anos está sofrendo uma ação judicial movida pela CSN e, ao longo desses anos, esse processo judicial, por onde ele caminhou, a Ternium saiu vencedora em todas as instâncias. E agora, em última instância, no STJ, existe uma possibilidade de reverter todas essas decisões e dar causa ganha à CSN", afirmou Nunes.

    "Isso implica em muitos problemas não só para Ipatinga, mas para MG e ao Brasil, porque, se isso acontece, é mais um ponto crucial e claro de que não existe uma segurança jurídica nesse país para que as grandes empresas possam executar e investir aqui no Brasil. O segundo ponto é que a multa estipulada nessa ação é de R$ 5 bilhões, só que o valor de mercado da empresa é de R$ 7 bilhões. Então, como você aplica uma multa de 5 bi em uma empresa que vale 7? Você quebra a empresa", complementou.

    O impacto econômico de um possível encerramento das operações da Usiminas foi reiterado pelo prefeito. Segundo ele, a siderúrgica contribui anualmente com cerca de R$ 100 milhões em tributos diretos para Ipatinga, além de movimentar mais de R$ 600 milhões em salários pagos a seus funcionários. “Estamos falando de empregos diretos e indiretos, de toda uma cadeia econômica que sustenta o Vale do Aço, o Leste de Minas e até o Brasil”, alertou o prefeito.

    Contexto da disputa - O imbróglio judicial entre a CSN e a Ternium teve início em 2012, com a alegação de que a Ternium deveria ter realizado uma Oferta Pública de Ações (OPA) em 2011, quando ingressou no bloco de controle da Usiminas. A Ternium, no entanto, argumenta que o controle foi efetivado apenas em 2023, com pareceres técnicos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apoiando sua posição.

    A decisão do STJ de aplicar a multa bilionária contra a Ternium intensificou as tensões no Vale do Aço, gerando mobilização de lideranças regionais, trabalhadores e representantes empresariais. Um manifesto assinado por 51 entidades locais condena a decisão, destacando os riscos de paralisia econômica e aumento da insegurança jurídica.

    Mobilização em defesa da Usiminas - O prefeito de Ipatinga convocou os demais prefeitos mineiros a se unirem em defesa da Usiminas, pedindo apoio para levar a questão às autoridades em Brasília. Além disso, ele afirmou já ter comunicado parlamentares da Bancada Mineira no Congresso Nacional para "reverter essa situação que será tão prejudicial para a região".

    Além de Gustavo Nunes, outras lideranças regionais reforçam a importância estratégica da Usiminas. O prefeito de Santana do Paraíso, Bruno Morato, declarou recentemente que a região está “unida” na luta pela preservação da siderúrgica. Edílio Velloso, representante dos trabalhadores no conselho da Usiminas, também classificou a multa como “absurda” e alertou para as consequências diretas na manutenção de milhares de empregos e no sustento de comunidades inteiras.

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