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Pressão inflacionária causada pela crise no RS não deve ser levada em consideração pelo BC, diz Haddad

"Horizonte do BC é de médio e longo prazo. Não faz muito sentido levar em consideração o que está acontecendo em função do Rio Grande do Sul para fim da política monetária", disse

Fernando Haddad (Foto: Diogo Zacarias/MF)

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247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que a recente pressão inflacionária causada pelas intensas chuvas no Rio Grande do Sul, destacadas na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) como uma fonte de incerteza econômica, afeta a inflação de curto prazo. “Acredito que tem uma pressão, uma pequena pressão inflacionária em função do que aconteceu no Rio Grande do Sul. Essa é uma inflação que afeta o curto prazo“, disse Haddad nesta terça-feira (25), de acordo com o Metrópoles.

No entanto, Haddad frisou que o horizonte do Banco Central é voltado para o médio e longo prazo, sugerindo que as atuais condições climáticas no sul não devem ser consideradas na formulação da política monetária. “O horizonte do Banco Central é de médio e longo prazo. Não faz muito sentido levar em consideração o que está acontecendo em função do Rio Grande do Sul para fim da política monetária. Porque o juro de hoje está afetando 12, 18 meses para a frente”, ressaltou.

A ata do Copom, divulgada nesta terça-feira, indicou que a diretoria do BC está preocupada com as incertezas sobre os efeitos econômicos da tragédia no Rio Grande do Sul. O documento ressaltou que ainda há dúvidas sobre a intensidade da queda na atividade econômica e sua recuperação subsequente, bem como sobre a redução do estoque de capital resultante das enchentes e inundações.

Em sua última reunião, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros, a Selic, inalterada em 10,50% ao ano. A decisão foi tomada em meio à aceleração da inflação no país, influenciada pelo aumento dos preços dos alimentos e pela valorização do dólar. Com isso, o BC interrompeu temporariamente o ciclo de cortes de juros, mantendo a Selic em 10,50% ao ano até a próxima reunião do Copom, agendada para 30 e 31 de julho.

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Haddad avaliou positivamente a ata do Copom, afirmando que o documento está alinhado com o comunicado emitido pelo BC, o que, segundo ele, é um sinal de transparência e de avaliação do cenário econômico. “Isso transmite a ideia de que está havendo uma interrupção para avaliar o cenário interno e externo, para que o Copom fique à vontade para tomar decisões a partir de novos dados.”, explicou o ministro.

Questionado sobre a possibilidade de a Selic voltar a subir após meses de cortes, Haddad reforçou que o documento do BC sinaliza apenas uma interrupção no processo de redução dos juros. “Eventuais ajustes, se for necessário, sempre vão acontecer. O que é importante frisar é que a diretoria [do Banco Central] fala numa interrupção do ciclo [de cortes dos juros] e me parece que essa é uma diferença importante para se salientar”, concluiu. 

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