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    "Se acabarem com a autonomia do Banco Central, o 'mérito' vai ser de Campos Neto", diz presidente da Fiesp

    Josué Gomes criticou o que chamou de 'posicionamento político' do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

    Josué Gomes da Silva (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

    247 - Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), afirmou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem um "posicionamento político", o que poderia comprometer a autonomia da autoridade monetária. "Ele optou pessoalmente por um posicionamento político. Se acabarem com a autonomia do Banco Central, o ‘mérito’ vai ser todo do Campos Neto", disse Gomes, de acordo com o Metrópoles.

    Ele citou como exemplos a ida de Campos Neto às urnas em 2022 vestindo a camisa da seleção brasileira e a homenagem recebida em um jantar promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O presidente da Fiesp também comentou sobre a falta de uma figura semelhante a José Alencar, vice de Lula em seus dois primeiros mandatos, para suavizar as relações entre o governo federal e o Banco Central. Gomes acredita que Alencar, seu pai, tinha legitimidade para falar sobre questões econômicas, e que hoje falta alguém no governo com essa capacidade.

    Josué Gomes também destacou a necessidade de a sociedade se mobilizar para discutir o que é preciso para que o país volte a crescer. Ele criticou os juros altos, a carga tributária pesada e o desalinhamento do câmbio como fatores que impedem o crescimento econômico. Gomes defendeu a adoção do cashback na Reforma Tributária como uma forma eficaz de combater a desigualdade de renda.

    Ele destacou que a indústria de transformação, que já representou 28% do PIB, hoje tem apenas 11,5% de participação, e que a produtividade do setor caiu significativamente. “Nos últimos 30 anos, o Brasil cresceu 2,4% ao ano, em média. O mundo, em média, cresceu 3,6%. Os países em desenvolvimento, dentre os quais nós nos incluímos, cresceram 4,9%. Nesse mesmo período de 30 anos, a indústria de transformação regrediu. Nós chegamos a ter 28% de participação no PIB e hoje temos algo como 11,5%. Acho que não é coincidência ", disse o empresário.

    Ainda segundo a reportagem,ele afirmou que investir na indústria de transformação é essencial para aumentar a produtividade da economia e alertou contra exceções na Reforma Tributária que podem elevar a alíquota de referência e prejudicar setores como a indústria de transformação.

    Josué Gomes também criticou a redução de alíquotas para alimentos, argumentando que o cashback seria mais eficaz para combater a fome e reduzir a desigualdade.

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