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    Senadores bolsonaristas já admitem aprovação de Galípolo como próximo presidente do BC

    No entanto, o grupo se prepara para tentar constranger e pressionar o indicado de Lula durante sabatina no Senado

    Gabriel Galípolo (Foto: Lula Marques / Agência Brasil)

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    247 - O economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula (PT) para a presidência do Banco Central (BC), enfrentará uma sabatina potencialmente intensa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Embora aliados de Jair Bolsonaro (PL) estejam se preparando para tentar constranger e pressionar Galípolo, o consenso é de que ele não terá maiores dificuldades para ser aprovado, segundo relata Malu Gaspar, do jornal O Globo.

    A CAE, composta por 27 senadores, conta com uma maioria de oposicionistas e independentes. No entanto, em temas menos polêmicos, como incentivos setoriais, costuma conceder pelo menos 15 votos favoráveis ao governo Lula. Será a segunda vez que Galípolo enfrentará uma sabatina na comissão e uma votação no plenário do Senado em dois anos. Em julho do ano passado, ele foi aprovado para o cargo de diretor de política monetária do Banco Central, com 39 votos a favor, 12 contrários e uma abstenção.

    O foco dos bolsonaristas será sugerir que Galípolo não terá como agir de maneira independente do governo no comando do BC. “Vamos insistir em saber se vai ceder a pressões políticas do governo Lula ou se vai guiar por critérios técnicos. Queremos saber se o compromisso dele é com o presidente ou com o país”, afirmou uma liderança bolsonarista no Senado. 

    A autonomia do Banco Central é um ponto de tensão entre o governo Lula e parte do Senado. A lei atual, aprovada durante o governo Bolsonaro, garante um mandato de quatro anos para o presidente do BC, sem coincidência com o mandato do presidente da República. “O governo tem hoje maioria no Senado, mas queremos saber se o Galípolo vai abrir mão da autonomia do BC para atender ao Lula”, disse um senador da oposição.

    Além das questões de independência, os senadores oposicionistas planejam questionar Galípolo sobre as altas taxas de juros no Brasil, uma crítica recorrente contra o Banco Central. O senador Flávio Bolsonaro destacou que “Galípolo vai ser cobrado sobre isso”, enfatizando a necessidade de estabilidade econômica e controle da inflação.

    Ainda não há data definida para a sabatina de Galípolo nem nomeação de um relator para sua indicação. O presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), parece estar usando essa indefinição para aumentar sua influência política. O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), sugeriu que a sabatina deve ocorrer após as eleições municipais de outubro. Desde a criação do Banco Central em 1964, o Senado nunca rejeitou uma indicação para sua presidência.

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